Não, não vai ser à maluca

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Portugal ainda não repetiu um onze no Europeu. Sendo isso verdade, não vejo aí um sinal que Fernando Santos ainda esteja à procura de uma equipa. Com quatro jogos disputados, torna-se claro que o sistema preferido é o 4x4x2 (embora tenha ensaiado frente à Áustria o 4x3x3, com Nani, Ronaldo e Quaresma no ataque) e que Renato Sanches é segunda opção, por muito que agite as águas quando entra em campo e traga uma dinâmica mais agressiva ao ataque da seleção, dando-lhe profundidade, aproximando-a da baliza adversária. Há ainda o debate Moutinho ou Adrien a titular, mas essa já é uma questão secundária porque não obriga a mudar a forma de jogar da equipa (hoje até podem jogar os dois). Santos quer organização. A aposta é no resultado e não na nota artística ou no futebol à maluca, como o selecionador já o definiu. Para mim faz lógica. Estamos a falar de uma prova a eliminar, na qual por muito que se jogue bem, no final, o que conta é quem ganhou e seguiu em frente. O selecionador, que foi o primeiro a apontar à conquista do título, tem uma ideia de jogo que lhe dá segurança e não deverá abdicar dela agora. Tem ao seu dispor um grupo de jogadores coeso, ambicioso, ao qual ninguém pode acusar de falta de empenho nos jogos. Tem também um plano B, que tem colocado em prática durante os jogos com bons resultados. Mas, salvo uma surpresa, esse é e continuará a ser o plano B. Se a equipa fizer caminho até à final, ninguém se vai lembrar do futebol pouco atrativo. Se, pelo contrário, tiver de regressar a casa antes do dia 11, ninguém poderá acusar Fernando Santos de falta de coerência.

PS: Quando um grupo de jogadores acredita nas suas capacidades, isso traz um nível de confiança que se reflete nos jogos e que pode ser muito mais poderoso do que qualquer sistema tático. A vitória do Leicester na Premier League é um bom exemplo; a campanha da Islândia no Euro também. Esse nível de confiança e ambição também é visível na seleção portuguesa. E isso é um excelente sinal.

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