Não há duas sem três: sub-21 falham vitória no Europeu

Alemanha conquista o terceiro título do escalão, na primeira vitória sobre Portugal em jogos disputados na fase final. Um triunfo justo da melhor equipa na noite eslovena
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A maldição nos sub-21 continua. Na terceira final da sua história, Portugal não conseguiu quebrar o enguiço frente à Alemanha, adversário com quem nunca perdera numa fase final do escalão, e voltou a falhar o objetivo de se sagrar campeão europeu em todos os escalões. Bastou um golo, apontado logo no início da segunda parte por Nmecha, para a equipa das quinas regressar da Eslovénia sem o prémio mais desejado, enquanto o conjunto germânico obteve a sua terceira vitória na prova.

Para o encontro do Estádio Stozice, e numa noite húmida, Rui Jorge voltou a alterar o onze que utilizara no jogo anterior: desta feita, coube a Gedson e Rafael Leão perderem a titularidade, com Florentino e Tiago Tomás a entrarem para a equipa inicial, o que obrigou Daniel Bragança a subir um pouco mais no terreno, enquanto Abdu Conté voltou a ganhar a luta pela lateral esquerda - já Stefan Kuntz, selecionador germânico, apostou na mesma formação que batera os Países Baixos nas meias-finais. E, depois da atuação sofrida e feliz frente aos ex-campeões europeus, a verdade é que Portugal entrou com outra disposição, procurando ter a bola e aproximar-se da baliza de Finn Dahmen, o que conseguiu algumas vezes: numa, Dalot optou pelo remate, que terminou nas redes laterais, e noutra, após lance de insistência de Dany Mota na esquerda, coube a TT tentar finalizar, com a bola a sair um pouco ao lado.

A partir dos 15 minutos, porém, a Alemanha ganhou outra moral. Uma perda de bola de Florentino permitiu ao perigoso Wirtz ganhar espaço para desferir um remate que, após tabelar em Diogo Leite, esbarrou na trave de Diogo Costa, que ainda conseguiu evitar a recarga de Nmecha. Sempre pressionante, impondo o poder físico para o qual Rui Jorge alertara, a equipa germânica foi conquistando o domínio do jogo, impedindo Vitinha e Fábio Vieira de desequilibrarem ou servirem os dois dianteiros - deixados à sua sorte ou solicitados com passes longos destinados ao insucesso -, pelo que os lances de perigo foram decorrendo sobretudo junto da baliza lusitana.

Com alguma sorte e muita atenção, sobretudo dos dois centrais e do seu guarda-redes, Portugal conseguiu não sofrer qualquer golo e ainda esteve perto de marcar em cima do intervalo, já depois de Fábio Vieira rematar de longe sobre a trave: isolado por Dany Mota, Vitinha nem rematou nem soltou para os dois colegas que tinha ao lado e o lance, a melhor ocasião lusitana dos primeiros 45 minutos, acabou por se perder ingloriamente.

Para a segunda metade, Rui Jorge prescindiu de Dany Mota e lançou Rafael Leão, procurando ter um homem capaz de levar a bola no pé até à área e aproveitar os espaços nas costas da defesa contrária. O certo é que nem houve tempo para confirmar a aposta do técnico português. Logo aos 49 minutos, Baku surgiu solto à direita, serviu Nmecha na área e o dianteiro do Manchester City - que ao serviço do Anderlecht apontou mais de 20 golos durante a época - limitou-se a passar por Diogo Costa e a encostar para a baliza. A reação portuguesa até foi rápida mas ineficaz. Fábio Vieira não conseguiu acertar no alvo após um bom lance de entendimento no ataque.

Rui Jorge alterou então as coisas, com as entradas de Jota e Francisco Conceição. A Alemanha baixou linhas e Portugal teve o seu melhor momento, pressionando e ganhando cantos uns atrás dos outros - mas, uma vez mais, sem grande poder de fogo na hora da verdade e nem uma oportunidade clara de golo. Com o passar dos minutos, as transições alemãs foram tornando-se mais perigosas e só Diogo Costa, duas vezes e com o pé, evitou que o destino do troféu ficasse decidido mais cedo. O técnico português ainda apostou tudo, lançando Gedson e Gonçalo Ramos nos minutos finais, mas a verdade é que a equipa continuou sem conseguir atormentar um adversário que se mostrou mais maduro e que até podia ter obtido uma vitória mais robusta. Para Portugal sobra um segundo lugar honroso mas a verdade é que, depois de uma excelente campanha no apuramento e na primeira fase da decisão final, a equipa sentiu a falta de alguns elementos importantes e foi claramente superada pelos dois últimos adversários.

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