Nadir Afonso mostra visão cromática da cidade
A exposição, que ficará patente até 10 de novembro na sede do Istituto Veneto di Scienze Lettere e Arti, intitula-se "Dell'a estetica surrealista alla cittá cromatica" ("Da estética surrealista à cidade cromática"), e tem curadoria de Stefano Cecchetto.
A mostra, que decorre por ocasião da Bienal de Arquitetura de Veneza, inaugurada quarta-feira, insere-se num conjunto de iniciativas de comemoração dos 90 anos do pintor português, que incluem várias exposições internacionais.
Na mostra em Veneza, vai ser destacada a antiga colaboração do pintor com duas figuras destacadas da arquitetura internacional: o francês Le Corbusier (1887-1965) e o brasileiro Oscar Niemeyer, atualmente com 104 anos.
Nadir Afonso, originalmente formado em arquitetura, trabalhou com os dois arquitetos entre as décadas de 1940 e 1950, primeiro em Paris e depois no Rio de Janeiro e São Paulo.
Embora a primeira parte da mostra apresente obras da fase surrealista, dos anos 1940, e do período barroco, da década de 1950, o corpo principal visa destacar o trabalho contemporâneo do artista, no qual reinterpreta o tema da cidade e a sua visão cromática.
Entre as obras expostas, consta um tributo a Veneza com três pinturas de diferentes períodos: "The Grand Canal II" (1957), "Campos de San Zanipolo" (1965) e "Procissão em Veneza" (2002).
Pintor, arquiteto e filósofo, Nadir Afonso nasceu em Chaves a 04 de dezembro de 1920, tendo estudado Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto, e quando terminou o curso estabeleceu-se em Paris, onde colaborou com Le Corbusier e conheceu vários artistas que o influenciaram, como Cândido Portinari, Picasso, Magnelli, Poliakoff, Max Ernst, Giorgio de Chirico, Max Jacob e Fernand Léger.
Desde 2010 que se encontra em construção o Centro de Artes Nadir Afonso, em Chaves, sua terra natal, um espaço artístico que irá receber exposições permanentes e uma biblioteca especializada em artes plásticas.