Na Polónia, uma mulher foi detida por pintar um arco irís na Virgem Maria
Uma mulher foi detida segunda-feira (6 de maio) na Polónia por profanar cartazes ilustrados com a imagem da Virgem Maria, pintando-os com as cores do arco-íris e da bandeira LGBTQ+.
Na manhã de 27 de abril, os habitantes de Plock, na Polónia, repararam em cartazes espalhados da Virgem Maria na igreja de São Maksymilian Kolbe, com arco-íris pintados no lugar de aros dourados. Nove dias depois, uma porta-voz da polícia local confirmou, segunda-feira, a detenção da mulher suspeita da ofensa religiosa.
Elżbieta Podleśna tem 51 anos e viu a sua casa revistada pela polícia, onde foram encontradas dezenas de imagens da Virgem Maria com o aro pintado com as cores da comunidade LGBTQ+.
O advogado de Elżbieta argumentou ser uma situação de um Estado "que não respeita a liberdade dos cidadãos", segundo o canal televisivo polaco TVN24.
Já o Ministro do Interior polaco, Joachim Brudziński, usou o Twitter na segunda-feira para garantir que uma pessoa tinha sido detida por "profanar a Virgem Maria de Częstochowa" (cidade polaca). O ministro agradeceu ainda à polícia polaca por "uma ação eficiente" e avisou: "Nenhum capricho da liberdade e da tolerância dá o direito de ofender os sentimentos dos crentes."
O Ministro do Interior defendeu-se dos críticos, que considerou "patéticos". "Aqueles que hoje me atacam, histéricos, por ações contra pessoas que ofendem os sentimentos religiosos de católicos, elogiaram-me quando critiquei os eventos em Pruchnik. Segundo eles, os direitos dos católicos são menos importantes. É patético."
Ofender sentimentos religiosos é crime sob o código penal polaco e caso a mulher seja condenada pode ter de cumprir até dois anos de prisão.
A figura da mãe de Deus, conhecida como "A nossa senhora de Częstochowa", é uma das imagens religiosas mais icónicas na Polónia e está guardada no mosteiro de Jasna Góra, o santuário mais sagrado da Polónia e património mundial da ONU.
Esta e outras imagens de figuras religiosas pintadas com cores da comunidade LGBTQ+ foram partilhadas por inúmeros polacos como resposta à detenção de Elzbieta e às palavras do ministro do Interior.