Na bolsa ou no carro, onde guardar as máscaras em condições de higiene
Entrou nas nossas vidas de rompante e passou a ter um papel de importância extrema: quando a colocamos na cara sentimo-nos mais seguros. Instrumento de proteção individual contra a covid-19, as máscaras não podem ser vistas como um mero acessório. Sair de casa sem uma máscara, é pior do que sair de casa descalço porque os sapatos são cómodos mas não protegem do vírus que se espalhou pelo mundo e infetou quase 31 milhões de pessoas e causou mais de 965 mil mortos em todo o planeta. Em Portugal, neste sábado, já são 68 025 os infetados pelo novo coronavírus e 1 899 as vítimas mortais.
A custo vamo-nos habituando a elas, com queixas de que nos tolhem os sentidos - parece que passámos a ver e a ouvir (mais) mal. Mas a consciência cívica e a necessidade sanitária incutiu-nos o hábito: antes de entrarmos numa loja, num supermercado, no metro ou no autocarro passou a ser instintivo colocar a máscara. Até no restaurante se nos levantamos para ir à casa de banho, pegamos nela. O problema é que muitas vezes andamos às aranhas, a remexer no saco, nos bolsos... "Onde é que pus a máscara?" A pergunta só por si, formulada em voz alta ou mentalmente, já indicia uma ação preocupante - que a máscara pode não estar guardada em boas condições de higiene. Ou seja, que voltar a colocá-la pode ser perigoso.
Há quem pense que encontrou a melhor solução: andar com ela debaixo do queixo ou pendurada no braço. Ou quem a pendure no espelho retrovisor do carro, numa espécie de substituição dos amuletos religiosos, ou a atire para o banco do lado. Nada disto está correto.
Entre um uso e outro, dizem os especialistas, o mais adequado é guardar a máscara dentro de um guardanapo ou lenço dobrado ou num um envelope - é um higiénico e sustentável ambientalmente já que o papel pode ser reciclado.
Uma das soluções usadas por muita gente é colocar a máscara dentro de um saco de plástico com fecho, como os de congelação ou que usamos para os aviões. É hermético e por isso dá a ideia - errada - de que a máscara se mantém limpa.
Neste caso, o problema é que o saco hermético não permite que a máscara respire e ao concentrar a humidade torna-se um terreno fértil para os vírus.
Se quiser mesmo usar plástico, é importante que tenha furos para que a máscara possa respirar.
No final de casa utilização da máscara, o guardanapo/lenço de papel ou o saco devem ser deitados fora e a máscara lavada.
No carro, uma das soluções usadas por muitos condutores é pendurar a máscara no retrovisor ou colocá-la no banco lateral. Também é uma opção errada porque a máscara pode tocar em superfícies contaminadas ou contaminá-las. Ainda assim, apesar de ter o problema de tocar noutras superfícies, o facto de a máscara estar pendurada permite, pelo menos, que a humidade da respiração seque.
O mesmo acontece com a máscara que é posta no bolso ou no braço - o toque inadvertido em superfícies que podem estar contaminadas. "Colocar a máscara no cotovelo não apenas favorece a contaminação de outras pessoas e superfícies do corpo, mas também de mesas e paredes", explica a farmacêutica Marián García ao site espanhol SModa.
Usar a proteção no queixo é que não serve para nada, a não ser mesmo para não se esquecer que tem uma máscara.
Mas atenção: em qualquer dos casos, mesmo quando está guardada nas devidas condições de higiene, não se deve colocar a máscara sem ter as mãos devidamente limpas.
Há preceitos para colocar a máscara no rosto. Nunca se deve pegar na parte de tecido, mas sim pelos elásticos ou fitas. Antes disso, as mãos devem ser lavadas abundantemente com sabão ou higienizadas com álcool gel.
Em Portugal, o uso da máscara é obrigatório em espaços fechados e nos transportes públicos, sendo que, neste último caso, quem não usar está sujeito a coimas. Apesar de não haver obrigatoriedade do uso da máscara na rua, alguns especialistas aconselham que se coloque a proteção em zonas mais movimentadas onde se torna difícil manter o distanciamento social.
O indicado é que a máscara seja lavada individualmente, sem ser misturada com outras roupas. Um dos conselhos deixá-la de molho com água bastante quente e detergente durante 20 a 30 minutos. Deve ser enxaguada em água corrente e preferencialmente deve ser posta a secar ao sol.
Na lavagem das máscaras é desaconselhado o uso de lixívia porque danifica os tecidos, que ficam mais permeáveis aos vírus.
Depois de seca, deve também pode ser passada a ferro, uma vez que o calor mata vírus, bactérias e fungos. Quem preferir lavar a máscara na máquina, deve garantir que o tecido não encolhe e que os elásticos são de qualidade.
É importante ver na embalagem de compra quantas lavagens suporta a máscara, porque os tecidos fragilizados diminuem a segurança da sua utilização.
[Notícia corrigida na segunda-feira, dia 21, com o número de mortos no mundo]