Mustafá detido pelo alegado envolvimento no ataque a Alcochete
Nuno Mendes, mais conhecido por Mustafá, foi detido pela GNR, esta sexta-feira tarde. O líder da claque Juve Leo vai ficar em prisão preventiva devido ao seu alegado envolvimento no ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, a 15 de maio de 2018. A notícia é avançada pela TVI 24.
Foi detido pela GNR por volta das 19:00 na sequência de um mandato de detenção que pedia que o líder da Juve Leo fosse entregue num estabelecimento prisional, onde deverá enquanto decorre o processo judicial. Os militares detiveram Mustafá quando este se apresentou no posto da GNR da Charneca da Caparica, como estava obrigado a fazer todos os dias.
A decisão partiu do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) depois do recurso do Ministério Público. Segundo o acórdão, a que a agência Lusa teve acesso, os juízes desembargadores deram provimento ao recurso da procuradora do Ministério Público Cândida Vilar, apresentado após o juiz de instrução criminal Carlos Delca ter aplicado ao arguido a medida de coação de apresentações diárias às autoridades e pagamento de uma caução de 70.000 euros, em novembro de 2018.
"Existem sérios perigos de continuação da atividade criminosa, de perturbação de inquérito, de fuga e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas [art.º204 do CPP]", diz o despacho do TRL, que revoga a decisão do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Barreiro.
Os juízes desembargadores Abrunhosa de Carvalho e Maria Leonor Botelho justificam a alteração da medida de coação ainda com o facto de Nuno Vieira Mendes ('Mustafá') estar acusado neste processo de tráfico de droga, de ter antecedentes criminais e de estar a ser julgado no processo de assaltos violentos a casas, que envolve o ex-inspetor da Polícia Judiciária Paulo Pereira Cristóvão por crimes de associação criminosa, roubo ou sequestro.
"O crime fortemente indiciado (tráfico de droga) admite a aplicação da prisão preventiva. Nos presente caso verifica-se a concorrência de todos os perigos do art.º 204 do CPP [Código Processo Penal]. Atentos os antecedentes criminais do arguido, o facto de se encontrar a ser julgado [no processo que envolve Pereira Cristóvão] e a intensidade desses perigos, é de concluir que são inadequadas e insuficientes quaisquer outras medidas de coação, nomeadamente as aplicadas, pelo que a prisão preventiva é a única medida de coação adequada e proporcional ao caso em apreço", explica a Relação de Lisboa.
Com esta decisão do TRL, dos 44 arguidos do processo, passam a estar 38 em sujeitos à medida de coação mais gravosa: a prisão preventiva. Em liberdade, ficam cinco dos arguidos, incluindo o antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho. O arguido Celso Cordeiro passou de prisão preventiva para prisão domiciliária com pulseira eletrónica.