Damien Chazelle é um cineasta de ideias simples, sempre à beira do simplismo. Em Whiplash (2014), parecia mesmo acreditar que a figuração de um baterista com as mãos a sangrar nos faria descobrir a essência mítica do jazz... Agora, por certo tendo estudado afincadamente os clássicos de Gene Kelly, Fred Astaire ou Syd Charisse, apresenta uma exuberante imitação dos musicais dos anos 40/50 que possui a limitação conceptual de todas as cópias: confundir a duplicação "formal" com a reinvenção do espírito de uma forma específica de espetáculo. O seu projeto vale pelo desafio de formular a hipótese de Hollywood reencontrar a mitologia de uma das suas mais lendárias matrizes de espetáculo - resta saber se isso é sequer possível num tempo em que os modelos de produção dessas matrizes deixaram de existir.
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