"Música no Coração", verdades e mitos do melhor filme de 1965

A afirmação de Johannes von Trapp, o filho mais novo do capitão e da precetora dá uma voa visão de como o filme, clássico do cinema de Robert Wise premiado com cinco Óscares da Academia, em 1965. A saber: melhor filme, melhor realizador, melhor sonoplastia, melhor edição de som e melhor música.

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O filme é o quinto mais lucrativo de sempre e esteve em cartaz 4 anos e meio consecutivos. A história da freira que chega ao castelo para tomar conta dos filhos do capitão Gerog von Trapp, viúvo, tem um fundo de verdade: Maria estudou num convento em Salzburgo e acabaria por casar-se com o patrão. Juntos tiveram três filhos, entre 1929 e 1939.

Foi a própria Maria a confessar que gostava mais das crianças do que do pai. "Verdadeiramente, não estava apaixonada. Gostava dele, mas não o amava. No entanto, amava as crianças, por isso de certa maneira casei-me com as crianças".

Maria acabaria por escrever a história depois de a família ter iniciado um percurso como cantores para equilibrar as contas familiares. O livro chama-se The Story of the Trapp Family Singers.

A Broadway fez da vida dos Von Trapp um musical em 1959, com música de Richard Rodgers e letras de Oscar Hammerstein II. Dois anos depois estreava em Londres. O musical surge depois de um primeiro filme, alemão, ter estreado: The Trapp Family.

Quando a história chegou às mãos de Robert Wise, o produtor e realizador deixou claro aos seus verdadeiros protagonistas que o filme protagonizado por Julie Andrews e Christopher Plummer seria uma obra dramática e de ficção.

É certo que a família fugiu da Áustria após a anexação da Áustria à Alemanha, não pelas montanhas da Suíça mas de comboio pela Itália e daí para os EUA. Refugiaram-se no estado de Vermont, numa casa que é ainda hoje um ponto de paragem obrigatória. A antiga casa Von Trapp, na Áustria, tornou-se o quartel general de Heinrich Himmler.

O pai Von Trapp morreu em 1947, mas a família continuou a cantar até 1957, quando finalmente se separaram. A baronesa Von Trapp, nascida Maria Augusta Kutschera, morreu em 1987, com 82 anos.