Musharraf volta ao Paquistão após quatro anos de exílio
O avião que leva Musharraf, que esteve no poder no Paquistão entre 1999 e 2008 e planeia candidatar-se às eleições gerais de 11 de maio, deverá aterrar cerca das 13:00 (08:00 em Lisboa) em Carachi.
O seu regresso ocorre sob uma grande tensão perante a ameaça de morte contra si lançada no sábado pelos talibãs.
Musharraf tornou-se inimigo dos talibãs e de outros grupos islamitas depois de ter apoiado os esforços dos Estados Unidos após o 11 de setembro, promovendo ações militares contra os movimentos islâmicos na fronteira com o Afeganistão.
"Não me sinto nervoso, mas estou preocupado com algumas questões que desconheço" em relação ao "terrorismo e ao extremismo", bem como a processos judiciais [pendentes contra si] e ao "meu resultado nas eleições", declarou Musharraf, de 69 anos, antes de partir para o aeroporto do Dubai.
Musharraf é acusado de envolvimento no assassínio da ex-primeiro-ministra Benazir Bhutto após um comício eleitoral em Rawalpindi, o quartel-general do exército, em 27 de dezembro de 2007.
O ex-líder paquistanês chegou ao poder em 1999, liderando um golpe militar quando era chefe do Estado-maior do exército e foi substituído pelo viúvo de Benazir Bhutto, Asif Ali Zardari.
O governo do Partido Popular de Paquistão de Bhutto sempre defendeu que Musharraf deve ser preso se regressar ao país. No ano passado, o ex-líder tinha planeado regressar ao país mas acabou por adiar, receando ser preso.