Musharraf em tribunal pela morte de Benazir Bhutto

O antigo presidente do Paquistão Pervez Musharraf foi hoje presente a um tribunal antiterrorismo no âmbito do caso de assassinato da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto, informaram oficiais, citados pela AFP.
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Pervez Musharraf foi conduzido ao tribunal em Rawalpindi desde a sua residência nos arredores de Islamabad, onde cumpre a prisão domiciliária decretada pelas autoridades paquistanesas.

No sábado, um tribunal paquistanês prolongou as duas semanas de detenção provisória de Musharraf.

Pervez Musharraf enfrenta a acusação de conspiração para matar Benazir Bhutto, que morreu na sequência de um atentado em 2007, e é implicado pela justiça noutros dois casos, nomeadamente, os assassínios do chefe independentista da província do Baluchistão (sudoeste) Akbar Bugti, e a demissão ilegal de juízes quando impôs o estado de emergência em 2007, decisão que também acelerou a sua saída do poder, no ano seguinte.

Musharraf tem travado uma batalha nos tribunais desde que regressou, no mês passado, do exílio autoimposto de quatros anos.

Na segunda-feira o governo interino do Paquistão - em funções desde o início (em março) da campanha eleitoral para as legislativas marcadas para 11 de maio - considerou não ter mandato para julgar, por traição, o ex-presidente Pervez Musharraf.

A segurança foi apertada, com jornalistas a serem impedidos de entrar no tribunal, constatou um jornalista da AFP.

Cerca de 150 opositores do antigo presidente do Paquistão gritaram "cão, cão, cão Musharraf", enquanto cerca de duas dezenas de apoiantes gritaram "Musharraf Viva".

O antigo líder paquistanês, que regressou a casa para "salvar o país", foi ameaçado de morte pelos talibãs e impedido de concorrer nas eleições gerais do próximo mês.

A candidatura de Pervez Musharraf às legislativas de maio foi rejeitada, na semana passada, por um tribunal local, de acordo com o qual o general na reforma "violou a Constituição", quando estava no poder.

No outono de 1999, Pervez Musharraf derrubou o Governo de Nawaz Sharif, num golpe de Estado sem derramamento de sangue.

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