Museu Soares dos Reis recebe competição de videojogos em torno da "Cidade Global"
Esta "Game Jam", que se "realiza pela primeira vez num museu" está agendada para 14 e 15 de julho, numa parceria com o Polo de Indústrias Criativas (Pinc) da UPTEC (Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto) e o Porto Grafic, adiantou hoje em conferência de imprensa Maria João Vasconcelos, diretora do Museu Nacional de Soares dos Reis (MNSR).
Conferências, visitas à exposição e bastidores e o museu aberto até as 23:00 nas quintas-feiras de julho são outras das atividades desenvolvidas pelo MNSR em torno da mostra do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), que reconstitui a cidade de Lisboa em 250 peças e provocou polémica pelo questionamento da autenticidade de algumas obras.
"As novidades que os Portugueses trouxeram à Europa" é o nome dado ao programa de atividades paralelo à exposição, que já teve "mais de quatro mil visitantes" desde que foi inaugurada no MNSR, a 17 de maio.
No dia 01, a programação paralela assinala, às 16:00, o Dia da Criança, com a apresentação dos livros infantis "Chão de Cacos" e "Um Coelhinho Esperto", de Adília Alarcão, antiga diretora dos Museus de Conímbriga e Machado de Castro, em Coimbra.
A mostra dedicada à Lisboa renascentista - que revela uma capital no apogeu da globalização da época, devido aos Descobrimentos portugueses - reúne 250 peças de pintura, escultura e artes decorativas, documentos originais de época e testemunhos diversos, entre os quais se encontram livros de registos, animais embalsamados de outros continentes, reproduções de frutos e culturas revelados com os Descobrimentos.
A 09 de julho, às 18:30, realiza-se uma conferência sobre a Casa de Simão de Melo por Hugo Miguel Crespo.
À mesma hora do dia 14 de junho, João Garcia orienta a visita à exposição, "com o tema cartografia e vistas de Lisboa do século XVI".
No dia 22 de junho realizam-se duas sessões para conhecer "Os bastidores de uma exposição -- visita integrada no programa da Acesso Cultura".
A 29 de junho, a conferência é sobre a pintura "O Chafariz D'El Rei", por Fernando António Batista Pereira.
Até 27 de agosto, às 18:30 durante a semana, e às 11:00 ou 13:00 nos fins de semana, há visitas à exposição acompanhadas pelos consultores científicos.
A partir de julho, o MNSR fica aberto até às 23:00 às quintas-feiras, com atividades como música ou cinema, que este ano vão ter por tema a mostra.
A exposição esteve entre 23 de fevereiro e 09 de abril no MNAA, em Lisboa, onde recebeu mais de 41 mil visitantes.
No começo de abril, a Direção-Geral do Património Cultural indicou que as duas obras centrais da exposição, os dois quadros da "Rua dos Mercadores", regressariam a Londres, para os proprietários, a Sociedade de Antiquários da capital britânica, enquanto "O Chafariz d'el-Rey", da Coleção Berardo, iria ser exibido no Porto.
A exposição em Lisboa abriu envolta em polémica, porque os historiadores Diogo Ramada Curto e João Alves Dias lançaram dúvidas, no semanário Expresso, sobre a autenticidade das peças centrais: os dois quadros "A Rua Nova dos Mercadores", ponto de partida da exposição, e "O Chafariz d'El-Rei", que apresentam cenários da Lisboa do século XVI.
Após terem sido realizadas análises técnicas, o MNAA confirmou que "O Chafariz d'El-Rei", da Coleção Berardo, foi pintado na segunda metade do século XVI, e não no século XX, como os historiadores defendiam.
Não foram porém realizadas peritagens aos dois quadros "A Rua Nova dos Mercadores", porque o proprietário - a Sociedade de Antiquários de Londres - não autorizou a sua realização em Portugal.
O quadro "A Rua Nova dos Mercadores", que os investigadores têm situado entre 1590 e 1610, está dividido em dois painéis, enquanto "O Chafariz d'El-Rei", num só painel, terá sido pintado entre 1570 e 1580.
As duas pinturas remetem para áreas vizinhas, na Lisboa dos Descobrimentos, e ambas reproduzem situações quotidianas da época.
Pintura, astrolábios, livros, porcelanas, caixas decoradas com madrepérola, rosários, tapeçarias, azulejos e mobiliário são algumas das peças que podem ser vistas nesta exposição, que inclui igualmente uma reconstituição possível da casa de Simão de Melo de Magalhães, capitão de Malaca, morador da rua Nova dos Mercadores, feita a partir dos censos sobreviventes.
Fundado em 1833, o MNSR é o mais antigo museu público de arte do país e está instalado desde 1940 no Palácio dos Carrancas. Possui coleções de pintura e escultura, com destaque para o Desterrado, obra-mestra do patrono do museu, o escultor António Soares dos Reis.