Museu de Évora com nova tutela "em breve" - Direção de Cultura do Alentejo

A Direção Regional de Cultura do Alentejo disse hoje estar "a tratar dos procedimentos administrativos" para passar a tutela do Museu Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, museu nacional desde 2017, para a Direção-Geral do Património Cultural.
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O equipamento "está classificado como Museu Nacional desde o ano passado" e, "em breve", a sua tutela "vai passar para a administração central, para a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC)", disse hoje à agência Lusa a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira.

Essa mudança de tutela, que ainda pertence à Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen), deve-se, precisamente, ao facto de se tratar de "um Museu Nacional", explicou.

Por isso, a DRCAlen, "está a tratar" dos respetivos "procedimentos administrativos com a DGPC", indicou a diretora regional, frisando não ter ainda "informação" de qualquer data concreta.

"A DRCAlen queria muito que esta mudança existisse, para que o museu possa ter mais condições", pois, "a direção regional não tem meios financeiros para o valorizar mais", congratulou-se Ana Paula Amendoeira, que se encontra no estrangeiro e escusou-se a comentar as declarações da ministra da Cultura, Graça Fonseca, na terça-feira, no parlamento.

Na audição parlamentar, na especialidade, sobre o Orçamento do Estado para a Cultura, a ministra afirmou que, em Évora, "o Museu Regional passará a ser Nacional já em janeiro, com um novo projeto museológico e maior capacidade de atração".

O equipamento, frisou a governante, vai tornar-se, assim, "no primeiro Museu Nacional a sul do Sado".

Na audição parlamentar, Graça Fonseca assinalou ainda que, no Alentejo, foi assegurada "a fruição do espólio do escultor João Cutileiro a todos os cidadãos".

"Vamos ainda avançar com um programa de ativação cultural no Mosteiro de S. Bento de Castris", em Évora, "onde iremos investir na conservação das reservas arqueológicas e museológicas num projeto estimado em 2,6 milhões de euros", acrescentou a ministra.

A promoção do espaço museológico de Évora a Museu Nacional e a mudança da sua designação para Museu Frei Manuel do Cenáculo foi aprovada, a 23 de fevereiro de 2017, pelo Conselho Nacional de Cultura, após proposta do então ministro da tutela, Luís Filipe Castro Mendes, tendo o despacho sido publicado em Diário da República a 22 de março.

Já este ano, a 17 de abril, o deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro acusou o Governo de "propaganda" com a promoção do espaço museológico de Évora a Museu Nacional, alegando que, desde então, "nada mais" tinha sucedido.

Numa pergunta ao Governo, subscrita por si e por outros três deputados do CDS-PP, António Carlos Monteiro, realçava que a promoção do museu "pressupunha uma alteração no estatuto", passando este a estar "diretamente sob alçada do Ministério da Cultura, através da DGPC", e "um tratamento equivalente ao dos outros museus nacionais".

O Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, instalado no antigo Paço Episcopal, junto à Sé e ao Templo Romano, tem um acervo de cerca de 20 mil peças de pintura, escultura e arqueologia, possuindo ainda azulejaria, ourivesaria, paramentaria, mobiliário, cerâmica, numismática e naturália (objetos curiosos da natureza).

O núcleo original das coleções permanentes de arqueologia é constituído por um conjunto de antiguidades recolhidas, no sul do país, por Frei Manuel do Cenáculo, nomeado bispo de Beja em 1777, e indigitado arcebispo de Évora em 1802.

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