O operador da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, começou esta terça-feira a congelar o último troço de um muro subterrâneo de 1,5 quilómetros para impedir a contaminação radioativa dos lençóis de água..A operação consiste em despejar um elemento refrigerador a uma profundidade de 30 metros, em tubos colocados na vertical em redor de quatro dos seis reatores da central, os mais danificados pelo 'tsunami' de 11 de março de 2011..O objetivo é evitar que os lençóis de água subterrâneos, provenientes da montanha, não passem pelo subsolo dos reatores, contaminado pelos detritos radioativos..De acordo com a empresa operadora da central, Tokyo Electric Power (Tepco), sete metros ainda não foram congelados..A operação começou em março do ano passado, mas foi suspensa para serem tomadas medidas de resposta a um eventual grande fluxo de água, como no caso de chuvas torrenciais, por exemplo, que não teriam por onde passar..Depois de as medidas terem sido tomadas, a autoridade de regulação nuclear japonesa autorizou a conclusão dos trabalhos..Antes, cerca de 400 toneladas de água passavam todos os dias através da central. Esta quantidade foi atualmente reduzida para 140 toneladas e depois de os últimos metros de terra estarem congelados deverá ser inferior a 100 toneladas de água, de acordo com um porta-voz da Tepco..A terra em redor do último troço do muro subterrâneo deverá demorar algumas semanas a congelar..Vários peritos disseram duvidar da eficácia a médio prazo desta técnica, nunca utilizada para uma extensão tão grande de terreno..O problema da água contaminada é um dos que dificulta, desde o início, o progresso dos trabalhos de desmantelamento dos seis reatores da central, uma tarefa que deverá arrastar-se por quatro décadas..Centenas de reservatórios, por vezes com fugas, foram instalados para contar o líquido contaminado. Apesar de todos os dispositivos usados para a depuração, pelo menos um elemento radioativo, o triítio continua a existir em centenas de milhares de toneladas de água mantida em reservatórios no local..A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), a autoridade nuclear japonesa e vários especialisyas consideraram que, a prazo, a única solução será deitar esta água no oceano Pacífico. Ecologistas e pescadores da regiões opõem-se fortemente a esta opção.