Muralha de Peniche está degradada e pode ruir
O autarca disse à agência Lusa que as muralhas possuem sinais de degradação devido à força do mar junto à praia da Gamboa, do lado este da cidade.
Um relatório da autarquia, datado de 22 de janeiro, a que a Lusa teve acesso, refere que se verificam "deslocações de blocos motivadas pela ação agressiva do mar", que têm vindo a abrir buracos na muralha, que "fazem perigar a estabilidade do conjunto" amuralhado.
Também a guarita do Baluarte da Gamboa "apresenta-se instável devido a fissuras de deslocamento na ligação à muralha", causando problemas de segurança aos transeuntes que circulem quer no exterior, quer no interior da muralha.
O relatório aponta a necessidade "urgente" de uma intervenção com vista a recolocar os blocos em falta e preencher as juntas para não agravar mais a situação.
Nesse sentido, o autarca afirmou que pediu há três semanas uma reunião com o secretário de Estado da Cultura, convidando-o a visitar o património histórico e militar do concelho, mas não obteve ainda resposta.
António José Correia adiantou à agência Lusa que dois técnicos da Direção-Geral do Património deslocaram-se ao local para ver o estado da muralha, mas, apesar de terem elaborado um relatório, não existem verbas para programar o início das obras.
"É importante que o futuro quadro comunitário contemple verbas para recuperar o património, que é competência do Governo", sublinhou.
O município está disponível para lançar concurso e avançar com as obras para repor a segurança da estrutura amuralhada, desde que o Governo transfira as verbas necessárias, à semelhança do que aconteceu em 2003.
Para resolver a instabilidade da guarita, a Câmara propõe uma "desmontagem total ou parcial da construção, que garanta a revisão geral da estrutura e consolidação da fissura".
A autarquia sugeriu a colocação de sinalização a alertar para os perigos de derrocada e insegurança junto à muralha.
A muralha de Peniche remonta ao século XVI e está classificada como monumento nacional.