Mundial do Qatar custou o cargo a dez selecionadores
Com o anúncio da saída do selecionador polaco Czeslaw Michniewicz, já são dez os treinadores que deixaram as respetivas seleções após o Mundial do Qatar, entre eles os portugueses Fernando Santos (Portugal), Paulo Bento (Coreia do Sul) e Carlos Queiroz (Irão). Muitos terminavam os respetivos contratos nesta altura, mas em alguns casos poderiam ser acionadas opções de extensão dos vínculos ou novos convites, o que acabou por não suceder.
O caso de Fernando Santos, por exemplo, tratou-se mesmo de uma rescisão por mútuo acordo, pois o vínculo do selecionador só expirava em 2024. Já Paulo Bento e Carlos Queiroz terminavam os contratos por esta altura, mas não prolongaram a ligação.
Em comunicado divulgado ontem, a Federação Polaca de Futebol (PZPN) informou que Michniewicz "vai cessar funções como treinador da seleção polaca" em 31 de dezembro, cerca de um ano depois de ter assumido os destinos da equipa, em substituição do português Paulo Sousa, que na altura rumou ao Flamengo.
"Na semana passada, Czeslaw Michniewicz manteve reuniões com a direção da PZPN, nas quais foi analisada a participação da Polónia no Campeonato do Mundo, no Qatar, e alguns aspetos organizacionais da equipa na fase final da competição. Após uma minuciosa análise, a PZPN optou por não prolongar o contrato de Czeslaw Michniewicz, que termina no final do ano", refere a nota.
No Campeonato do Mundo, a Polónia ficou em segundo lugar no Grupo C, atrás da líder e posteriormente campeã Argentina, mas acabaria por ser eliminada logo nos oitavos de final pela finalista França (1-3).
O selecionador brasileiro, Tite, já tinha anunciado há muito tempo que iria deixar o cargo após o Mundial, mas havia alguma esperança de que, caso a canarinha se sagrasse campeã do Mundo, o treinador poderia permanecer. Mas a eliminação do Brasil nos quartos-de-final frente à Croácia, num jogo resolvido nos penáltis, deitou por terra quaisquer esperanças.
Caso idêntico foi o de Louis van Gaal, selecionador holandês, que já tinha afirmado que depois do Campeonato do Mundo se iria reformar. Também nesta situação ainda se falou na possibilidade de permanecer até ao Euro2024, mas o técnico não voltou com a palavra atrás: "Perder duas vezes nos penáltis é dar muito azar. Não vou continuar porque foi só neste período. Este foi meu último jogo", disse após a eliminação com a Argentina nos quartos de final, no desempate por penáltis.
Outra das vítimas foi Luis Enrique, depois de a Espanha ter sido de forma surpreendente afastada por Marrocos nos oitavos de final da prova. A decisão foi tomada pela direção desportiva da Real Federação Espanhola, que não perdeu tempo e elegeu Luis de la Fuente como novo selecionador.
Também sem honra e glória, Roberto Martínez deixou o comando da Bélgica após o fiasco no Qatar, com a seleção belga a cair logo na fase de grupos. O contrato do técnico terminava nesta altura, é verdade, mas havia intenção das duas partes em prolongar a ligação. O que não aconteceu.
Os outros técnicos que ficaram desempregados foram Gerardo Martino (a seleção mexicana foi eliminada logo na fase de grupos da competição) e Otto Addo, do Gana, que foi informado pela federação daquele país africano que tinha sido despedido depois de terminar a fase de grupos no último lugar.
Apesar de muitas notícias apontarem também para a saída de Gareth Southgate da Inglaterra, o técnico para já mantém-se em funções. Os britânicos, recorde-se, foram eliminados pela França nos quartos-de-final da prova.