Depois das curtas-metragens "Rhoma Acans" e "Balada de um batráquio", Leonor Teles assina a primeira longa documental, acompanhando a vida de Albertino Lobo, um pescador de Vila Franca de Xira ligado desde sempre ao rio Tejo..O nome de Leonor Teles sobressaiu no cinema português em 2016, quando venceu o Urso de Ouro, o prémio máximo do festival de Berlim, com "Balada de um batráquio". Nessa altura, estava já em filmagens "Terra Franca"..A rodagem durou quase dois anos, entre 2015 e 2017, para registar um ciclo de vida, tendo Albertino Lobo e Vila Franca de Xira como motores centrais do documentário..Leonor Teles, natural de Vila Franca de Xira, já conhecia Albertino Lobo e a família, mas foi numa viagem de barco, conduzido por ele, que percebeu que tinha um filme para fazer.."Senti que havia ali uma força naquela imagem e que o Albertino, quando está no barco, está no seu elemento, e eu acho que senti que tinha que captar aquilo. E tudo o resto veio depois. Mas começou com esta imagem, ele no rio, ele no barco, como se fosse um 'cowboy' sem cavalo, aquela figura distante sem estar a dizer nada", recordou, em declarações à Lusa em outubro, aquando da estreia do filme no festival DocLisboa..O filme foi mostrado pela primeira vez em março do ano passado, em Paris, no Festival Cinéma du Réel, onde recebeu o Prémio SCAM International..A 21 de novembro, "Terra Franca" estreou-se comercialmente em França, em 11 salas de cinema. .No mesmo mês, o filme foi distinguido com o Prémio de Melhor Primeira Obra da Competição Internacional na 33.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Mar da Prata, na Argentina, e o Prémio Cidade de Amiens, no 38.º Festival Internacional do Filme, que se realiza nesta cidade a 120 quilómetros a norte de Paris..O documentário de Leonor Teles recebeu ainda, entre outros, uma Menção Especial no FIDADOC - Agadir International Documentary Festival, em Marrocos, e a Menção Especial no Les Rencontres Cinematographiques de Cerbère-Portbou, no sul de França.