Multimedia separa-se da PT a partir de Setembro

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Telecomunicações. A corrida à PT Multimedia vai começar. Hoje realiza-se a assembleia geral da Multimedia onde a PT vai perder os direitos especiais. A cisão só será aprovada na sexta-feira. As movimentações, no entanto, já se fazem sentir. Mas a PTM já vale 3,7 mil milhões de euros

A separação da PT Multimedia (spin off) arranca "oficialmente" hoje, com a realização da assembleia geral de accionistas que vai aprovar o fim dos direitos especiais que a holding Portugal Telecom detém na participada.

Esta aprovação acontece três dias antes da assembleia geral da Portugal Telecom que vai dar luz verde à distribuição pelos seis accionistas das acções detidas na Multimédia. No entanto, hoje fica salvaguardado que os direitos especiais da PT só caem se a cisão for avante. Ao que o DN apurou, tudo está a ser preparado para que a separação aconteça em Setembro, já que teria pouco impacto avançar com a dispersão total da Multimédia em bolsa em pleno mês de Agosto. Depois das assembleias gerais, iniciam-se os procedimentos legais, nomeadamente ao nível dos intermediários financeiros.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não requereu documentação especial sobre esta operação, mas para o mercado norte-americano tem de ser feito um documento informativo sobre a PT Multimédia, já que boa parte dos accionistas da PT que vão ficar com acções da Multimédia são dos Estados Unidos da América e não conhecem a empresa. Há ainda pendente, mas quase resolvida (ver caixa), a questão fiscal. A cisão deverá ficar concluída depois de realizada o aumento e redução de capital da PT para reforçar as reservas distribuíveis (o que aliás leva a alterações no rácio de acções a distribuir que não deverá fi- car nas 4 acções da Multimédia por cada 25 da PT). O processo para a distribuição de acções é idêntico ao dos dividendos (para efeitos de atribuição de acções conta a posição detida três dias antes do pagamento).

Na reunião de hoje não se esperam novidades de maior, tal como não é expectável surpresas na sexta-feira. No entanto, as movimentações já começaram. E começaram logo a seguir à reunião de accionistas da PT que chumbou a OPA (Oferta Pública de Aquisição) da Sonaecom. Ongoing, de Nuno Vasconcellos, Controlinveste, de Joaquim Oliveira, e a casa de investimentos UBS reforçaram na Portugal Telecom depois de 2 de Março (data da assembleia geral que vetou a OPA). A Ongoing tem, hoje, 5,35% (reforçou cerca de três pontos percentuais), a Controlinveste tem 2% e a UBS subiu de 2 para 4%. São os accionistas da PT que vão receber as acções da PT Multimédia, por isso, as movimentações têm acontecido na holding.

Há, no entanto, que ter em consideração as limitações ao nível dos estatutos quer da PT quer da PTM. Ambas limitam a participação de concorrentes no seu capital, sendo o limite na PT de 10% e na PTM de 5%. Esta situação vai obrigar a Telefónica a vender acções das duas empresas. Pela recompra de acções, ultrapassa os 10% na PT e pela cisão fica acima dos 5% na Multimedia.

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