Mulheres afegãs, Navalny e ex-presidente interina da Bolívia finalistas do Sakharov

O vencedor será escolhido na Conferência de Presidentes, que reúne os líderes dos diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu, a 20 de outubro.
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Um grupo de mulheres afegãs que lutam pela igualdade e pelos direitos humanos no seu país, o opositor russo Alexei Navalny e a ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez são os finalistas deste ano do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu.

O vencedor será escolhido na Conferência de Presidentes, que reúne os líderes dos diferentes grupos políticos do Parlamento Europeu, a 20 de outubro. A cerimónia de entrega do prémio está marcada para 15 de dezembro, em Estrasburgo.

A escolha dos finalistas foi feita por votação dos membros dos comités de Assuntos Externos e Desenvolvimento. De fora da lista ficaram outros dois nomeados: a ativista dos direitos humanos sarauí, Sultana Khaya, e a organização não governamental Global Witness.

As mulheres afegãs foram nomeadas pela Aliança Progressiva dos Socialistas e Democratas e pelos Verdes peloa "corajosa luta por igualdade e direitos humanos", lembrando que após o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão as mulheres estão novamente excluídas do governo e da educação e os seus direitos e liberdades estão ameaçados. Neste grupo incluem-se 11 mulheres, entre elas a diretora da Comissão Afegã Independente de Direitos Humanos, Shaharzad Akbar, uma das mulheres que fez parte da equipa de negociadoras do governo afegão com os talibãs, Habiba Sarabi, ou a jornalista Anisa Shaheed.

O russo Alexei Navalny, atualmente detido, foi nomeado pelo grupo do Partido Popular Europeue dos liberais Renovar a Europa, "pela sua coragem na luta pela liberdade, democracia e os direitos humanos", destacando-se a sua luta contra a corrupção e a sua oposição ao presidente Vladimir Putin.

Finalmente Jeanine Áñez foi nomeada pelos Reformistas e Conservadores Europeus. Consideram-na "um símbolo da repressão contra os dissidentes e de privação do decido processo legal e do Estado de Direito na América Latina". Em novembro de 2019, após alegada fraude eleitoral da parte do então presidente Evo Morales para conseguir a reeleição, Áñez tornou-se presidente interina, tendo entregue o poder um ano depois após novas eleições. Seria contudo presa a 13 de março desde ano, acusada de "terrorismo, sedição e conspiração" para planear um golpe de estado contra Morales.

No ano passado o Sakharov foi entregue à oposição democrática bielorrussa, incluindo Svetlana Tikhanovskaya.

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