Mulher queimada recebe transplante facial total

Em 2007 Carmen Blandin Tarleton foi atacada com lixívia industrial pelo marido e ficou com 80% do corpo queimado. Cinquenta cirurgias e seis anos mais tarde, recebe um transplante facial total, que lhe vem dar uma nova imagem e recuperar-lhe um pouco a visão.
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Veja a reportagem da ITN sobre o caso:

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O transplante facial demorou 15 horas e foi realizado por uma equipa médica com mais de 30 profissionais do Brigham & Women's Hospital de Boston, EUA, que utilizou a pele de um cadáver para recuperar o pescoço, nariz, lábios, músculos faciais, nervos e artérias de Tarleton.

Até agora, a mulher de 44 anos tinha dificuldade em reter a saliva, devido às cicatrizes na boca, e não conseguia virar a cabeça ou levantar o queixo. Bohdan Pomahac, o chefe da cirúrgia, disse em conferência de imprensa que as suas lesões estavam entre as piores que já tinha visto na sua carreira.

"A Carmen é uma lutadora", acrescentou.

À mesma conferência compareceu a irmã da transplantada, Kesstan Blandin, que agradeceu à família da dadora pela "grande dádiva possibilitada".

Nada se sabe sobre a identidade da dadora. Os médicos asseguraram o seu anonimato e garantiram que, embora Carmen tenha agora os tecidos faciais de outra pessoa, não se irá parecer com ela.

A própria descreveu em comunicado estar exultante com o resultado da operação: "Eu sei o quão abençoada sou e vou ter um reflexo no espelho para me lembrar o que representa um ato altruísta".

Antes do ataque, Carmen Blandin Tarleton trabalhava como enfermeira na unidade de transplantados, mas a suspeita de que andava a trair o marido levou ao ataque que quase a matou. Antes de a queimar com lixívia, Rodgers Tarleton, o marido, fraturou-lhe um dos globos oculares e um braço. A confissão do crime só chegou em 2009, depois de lhe ser oferecida uma pena de prisão reduzida para 30 anos.

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