Mulher que atirou pedra na sala de audiência fica arguida
Fonte policial revelou à Agência Lusa que a mulher de 38 anos, tia da vítima Joana Correia, foi ouvida pelo procurador do MP e foi constituída arguida, tendo-lhe sido aplicada, como medida de coação, o Termo de Identidade e Residência.
O caso segue agora para inquérito, depois de, na terça-feira, no final da audiência de julgamento dos quatro homicídios de que o chamado "Rei Ghob", Francisco Leitão, está acusado, ter arremessado uma bolsa de cosméticos, com uma pedra da calçada, na altura em que o arguido saía da sala.
A pedra atingiu uma advogada, que representa o pai de Ivo Delgado, uma das três vítimas, sem lhe ter provocado quaisquer ferimentos.
"A bolsa primeiro bateu na mesa do coletivo, tendo provocado um estrondo, e depois bateu-me na perna. Pensei que fosse um microfone que tinha caído", relatou à saída do tribunal a advogada Cláudia Lúcio Gomes, que não ponderou se vai avançar com uma queixa.
A advogada, que se apercebeu "apenas de uma bolsa a acertar-lhe", adiantou que "ficou apenas magoada e não ferida".
A familiar de Joana Correia, detida para identificação pela PSP, é agora suspeita do crime de ofensas à integridade física qualificada na forma tentada, um crime agravado por ter sido praticado dentro do tribunal, colocando em perigo juízes, advogados, funcionários judiciais e o próprio arguido.
O subcomissário da PSP, Daniel Leonardo, responsável pelo dispositivo de segurança dentro e fora do tribunal, esclareceu que a segurança não tinha pedido à mulher para mostrar o conteúdo da carteira, porque "era uma bolsa privada, onde podiam estar produtos de cosmética".
"O nosso objetivo era detetar metais e confirmar que tinham os telemóveis desligados, e nunca poderíamos suspeitar que dentro da bolsa estaria uma pedra da calçada", afirmou.