A agência Anadolu noticiou que a sueca Ema Winberg foi interrogada sobre a morte de James Le Mesurier na quarta-feira e que as autoridades lhe impuseram a proibição de viajar caso seja necessário ela ser interrogada novamente..Le Mesurier, um antigo oficial do exército britânico e ex-funcionário das Nações Unidas, de 48 anos, foi encontrado morto às primeiras horas de segunda-feira no jardim do prédio onde residia, localizado no bairro central de Beyoglu, em Istambul..O britânico era presidente executivo da "Mayday Rescue", organização que ajudou a fundar e a formar os "Capacetes Brancos", grupo de voluntários socorristas que opera nas zonas rebeldes na Síria..Segundo a agência DHA, os investigadores privilegiam a pista de um suicídio e apreenderam os aparelhos eletrónicos de Le Mesurier e da mulher. De acordo com o testemunho de Ema Wiberg, o ex-oficial sofria de depressão..James Le Mesurier terá caído da varanda do prédio e o seu corpo apresentava fraturas na zona da cabeça e nas duas pernas..Numa entrevista à estação turca NTV, o perito forense Nevzat Alkan manifestou, no entanto, sérias dúvidas em relação à tese de suicídio, referindo que as lesões verificadas no corpo de James Le Mesurie não corroboravam tal hipótese..O corpo de Le Mesurier foi levado para Londres na quarta-feira..Desde a sua criação em 2013, a Defesa Civil Síria, grupo que ficou conhecido pelos característicos capacetes brancos usados pelos voluntários, esteve envolvida no salvamento de milhares de vidas em áreas controladas pela oposição síria..O grupo, composto por mais de 3.000 voluntários (como estudantes, professores ou até agricultores), é acusado pelo regime sírio e pela Rússia, aliada de Damasco, de apoiar os rebeldes nas áreas em que intervém..Em 2016, os "Capacetes Brancos" receberam o chamado "Nobel alternativo", o prémio Right Livelihood e um ano depois um documentário dedicado ao grupo, "The White Helmets", ganhou o Óscar de melhor documentário em curta-metragem..Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria já provocou mais de 370 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.