MPLA
Em declarações à Lusa, Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", secretário para a Informação do Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), disse que esta visita é "um reconhecimento" do momento actual que o país atravessa, depois da realização das eleições legislativas há um ano.
Segundo Norberto dos Santos, a visita da governante norte-americana "é também um reconhecimento da diplomacia activa assumida por Angola, particularmente o empenho do país na pacificação da região da África Austral".
O dirigente partidário assumiu que, neste contexto, "o momento que Angola está a passar no seu desenvolvimento evidentemente interessa aos Estados unidos da América, que naturalmente pretenderão uma parceria estratégica com esta visita".
Além do MPLA, os partidos políticos angolanos enaltecem a visita de Hillary Clinton a Angola, prevista para os próximos dias, .
O porta-voz da UNITA, maior partido da oposição, Alcides Sakala, considera importante a presença em Angola de Hillary Clinton e defende que servirá para o reforço das relações entre os dois estados e povos.
A visita "servirá também para se fazer o balanço da aplicação dos acordos de paz em que os EUA foram intervenientes", afirmou à Lusa Sakala. "Portugal e a Rússia estão mais interessados em desenvolver laços económicos, já a América está particularmente envolvida e interessa-se pela democratização do país", salientou.
"Esta visita de Hillary Clinton irá também permitir que Angola acelere o seu processo de normalização das instituições democráticas, porque os EUA foi o país que deu apoio moral e material para a conquista da democracia em Angola", frisou.
Sakala anunciou ainda que aproveitará a visita daquela entidade para apresentar um memorando da UNITA sobre os direitos humanos em Angola.
O líder da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Kabangu, atribui à visita de Hillary Clinton a Angola uma "importância especial", embora, além da vertente de reforço da cooperação económica e diplomática, pense que agenda se alargue ao domínio militar.
"Pensamos que esta visita se trata do reforço das relações entre os Estados Unidos e Angola, no quadro da cooperação política, económica e também militar, que só será positiva se for no sentido de encorajar o Governo angolano a respeitar os direitos humanos e a instauração em Angola de um Estado verdadeiramente democrático", disse Kabangu.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, visita Angola nos próximos dias, num périplo africano iniciado na quarta-feira no Quénia, e que termina dia 14 em Cabo Verde.