Moura. Divisão à esquerda abre portas a eleição de vereador do Chega

CDU e PS trocam acusações sobre obras e dívidas. PSD só vê melhorias estéticas para iludir as pessoas. Chega pede transparência. O que estará em causa? Quatro anos de PS ou os anteriores 20 da CDU? Todos apostam na "bazuca" para desenvolver Moura.
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Não podemos comparar 20 anos de CDU com quatro de PS. Nós temos condições para a recondução, para solidificar o trabalho que temos feito. E com total transparência. A CDU até desbaratou 17 milhões de receitas resultantes da Central Fotovoltaica. Nós em 2017 encontrámos a câmara endividada, seis milhões de dívidas. Tivemos que começar do zero", garante Álvaro Azedo, atual presidente de câmara.

O candidato socialista afirma que a "câmara era conhecida por não pagar, tínhamos os empreiteiros à porta". "Conseguimos baixar a dívida em 1,2 milhões de euros. Mas equilibrar contas significa melhor a vida, a qualidade de vida das pessoas e ao mesmo tempo manter a saúde financeira da câmara. Só assim faz sentido. E sabia que encontrámos precariedade? Aqui na câmara e na escola Profissional de Moura. Tivemos de regularizar contratos a prazo, cíclicos contratos a prazo, que a CDU fazia. Outro exemplo? A Herdade da Contenda. Aumentámos as receitas de 60 mil para 300 mil euros. Com a CDU os 21 hectares eram só para caça, nós temos projetos ambientais, turismo, até projetos de educação".

André Linhas Roxas, candidato comunista, assegura que a gestão socialista "apenas concluiu as obras iniciadas pela CDU. Isto revela falta de trabalho. É preciso estratégia, desenvolvimento, saber o que se quer fazer, projetar o futuro. E temos agora uma grande oportunidade com o PRR [Programa de Recuperação e Resiliência] e com os outros fundos comunitários".

Álvaro Azedo ri-se. "Obras deles? Eu digo-lhe, olhe... o Centro Escolar dos Bombeiros Voluntários de Moura (três milhões de euros), a Estação Náutica (três milhões de euros), a Zona Industrial da Amareleja, a ponte do matadouro, a piscina que apesar dos avisos do LNEC de que podia dar problemas graves nunca arranjaram e que custou 400 mil euros. Tudo para começar depois das eleições".

"As obras só são essenciais se forem para as pessoas, as questões sociais e de educação são muito importantes. Só assim as obras têm razão de existir. A CDU só se lembrava das obras na altura das eleições, fizeram isso em 2017 com a reparação de algumas estradas... só que não pagaram. Quer outro exemplo? Fizeram um projeto para a rodoviária, mas esqueceram-se das zonas de embarque e desembarque!", afirma o autarca.

O candidato socialista garante "manter pagamentos a tempo e horas, privilegiando sempre que possível a economia local"; "continuar o apoio aos empreendedores e empresas que se venham a fixar no concelho"; "construir a Zona de Atividade Económicas da Amareleja"; "construir um centro de alto rendimento desportivo na Pousada da Barragem"; apostar na "requalificação urbana e criar uma bolsa de casas para arrendamento social", entre outras medidas que defende para o concelho.
O candidato da CDU diz querer recuperar para Moura "o notável que foi a Central Fotovoltaica. Na altura éramos o líder das renováveis. E isso não se pode perder. Mas só resultou porque havia um plano estratégico. Essa visão é necessária. Outro eixo fundamental é a agricultura, temos aqui o Alqueva não é? E depois o turismo. Nós temos uma herança incrível em termos de património, haverá poucos lugares no mundo assim. É garantidamente a única cidade onde se nota o seu crescimento ao longo de três mil anos, o que foi mudando ao longo dos anos".

André Linhas Roxas, que apresenta 32 objetivos programáticos, propõe nomeadamente a "construção da Zona industrial da Amareleja", "apoio às IPSS", "exigir do governo medidas para a dinamização da base económica", "aposta na eficiência energética", "manutenção de todos os estabelecimentos de ensino"e a "defesa da gestão pública da água".

Luís Acabado, candidato do PSD, não vê nada de relevante no que foi feito pelo PS: "Só obras estéticas para parecer que fizeram muitas coisa, melhorias para iludir as pessoas. Onde está a circunvalação? Onde está a praia fluvial? Só promessas".

"O turismo e a economia municipal serão a principal prioridade, com divulgação a nível nacional das nossas riquezas patrimoniais e com atividades locais que possam captar o interesse, não só dos residentes em concelhos vizinhos, mas também a nível nacional. Em termos económicos queremos captar investimento para concelho, aumentando o número de postos de trabalho disponíveis, ajudando as empresas e os empresários a fixarem-se , nunca descurando as empresas e empresários já existentes. Em termos agrícolas iremos defender os interesses dos nossos agricultores, pois é nesse sector que grande parte dos munícipes obtém os seus rendimentos, e onde o tecido empresarial municipal é mais forte", defende o candidato.

A questão da segurança é outra das preocupações de Luís Acabado que promete ser muito "interventivo, no que diz respeito ao reforço, tanto dos postos da GNR como o da PSP. E não iremos permitir que existam mais encerramentos dos postos da GNR nas nossas freguesias rurais. Antes, faremos pressão junto das autoridades competentes, nomeadamente do Governo Central, e do Ministério da Administração Interna para que reabram 24h por dia os postos de todas as freguesias do nosso concelho".

A candidata do Chega defende a urgência de "investimentos para o futuro, infraestruturas, uma rede de transportes públicos que ligue as freguesias, reabilitar as termas, repavimentar a rede viária".
Cidália Figueira promete "transparência nos atos políticos, simplificação, clareza e rapidez, evitar excesso de burocracias e incentivo de plataformas online para evitar deslocações a quem utilizar os serviços", "fim de ajustes diretos, da contratação direta e dar primazia ao conhecimento, experiência e competências, "demolição de construções ilegais em terreno alheio, e não permitir a construção de bairros de lata, ou construções ilegais", entre outras medidas.

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