Mortes nos Comandos. Exército confirma sete militares detidos

Exército confirma detenção de sete militares dos comandos, numa operação do DIAP e da PJ Militar.
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Sete militares dos comandos foram detidos esta quinta-feira, no âmbito do processo em curso à morte de instruendos no 127º curso iniciado em setembro, informou o Exército. Foram emitidos "mandados de detenção relativamente ao diretor da prova, ao médico e a cinco instrutores", adiantou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os militares foram transferidos para o Estabelecimento Prisional Militar de Tomar, onde "já se encontram", disse à Lusa o porta-voz do Exército, Vicente Pereira.

A Procuradoria-Geral da República, em comunicado, salientou que as diligências ainda estão a decorrer. "No âmbito do inquérito, dirigido pelo Ministério Público, onde se investigam as circunstâncias do treino que levaram à morte de alunos do curso de Comandos, estão em curso diligências, tendo sido emitidos mandados de detenção relativamente ao diretor da prova, ao médico e a cinco instrutores", adiantou a PGR.

Em comunicado, a PGR realçou que "estes militares são suspeitos da prática de crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física (art.º 93.º do Código de Justiça Militar) ", salientando que serão presentes ao juiz de Instrução Criminal para aplicação de medidas de coação.

O Exército, no seu comunicado, disse que "a PJ Militar apresentou ao Comando do Exército mandados de detenção relativamente a sete militares, no âmbito do processo de inquérito instaurado pelo Ministério Público na sequência dos factos ocorridos durante o 127º curso de comandos".

"O ministro da Defesa Nacional continua a acompanhar o assunto, em estreita ligação" com o chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, acrescentou o ramo.

Esta é a primeira vez que a morte de instruendos nos cursos de comandos ao longo dos anos - na sua maioria pelas mesmas razões que originaram a dos dois militares ocorridas em setembro - tem estas implicações.

Recorde-se que, nos anos 1990, a ocorrência de novas mortes que levaram a extinguir o Regimento de Comandos.

A operação do DIAP de Lisboa e da PJ Militar decorreu esta quinta-feira de manhã, avançou a edição online do Expresso.

O JN adiantou que os militares detidos são cinco oficiais - um dos quais tenente-coronel - e dois sargentos.

Estes militares serão instrutores do curso em que morreram dois instruendos - um dos quais no primeiro dia de exercícios - e mais nove tiveram de ser internados, na sequência das elevadas temperaturas que se faziam sentir.

Segundo o Público, entre os detidos estão o tenente-coronel que é diretor do curso de comandos, o médico do curso (que é capitão) e cinco instrutores (três tenentes e dois sargentos).

Os instruendos eram militares do Exército que se voluntariaram para o 127º curso de comandos, cujo primeiro dia de exercícios de campo teve lugar a 4 de setembro no Campo de Tiro de Alcochete.

Ainda sem preparação ou resistência física e psicológica que são obtidas pelo treino nas forças especiais como os Comandos, Paraquedistas, Fuzileiros ou Operações Especiais, os instruendos tiveram logo no primeiro dia de realizar exercícios sob temperaturas acima dos 40 graus centígrados.

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