Morreu Rush Limbaugh, a voz da direita conservadora nos EUA
Rush Limbaugh, durante décadas o mais influente radialista conservador nos EUA, morreu esta quarta-feira, aos 70 anos, vítima de cancro.
"Nós, a família Limbaugh, estamos profundamente tristes por anunciar que o nosso amado Rush morreu", disse a sua mulher, Kathryn Adams Limbaugh.
Limbaugh, que nasceu a 12 de janeiro de 1951 no Missouri, tinha anunciado em janeiro de 2020 que tinha um cancro do pulmão, tendo recebido a Medalha Presidencial da Liberdade (a mais alta distinção dos EUA), atribuída pelo então presidente Donald Trump, durante o discurso do Estado da União, dias depois.
"Rush Limbaugh. Obrigado pelas tuas décadas de devoção ao nosso país", disse Trump no discurso, sendo a medalha entregue pela primeira-dama, Melania Trump.
O radialista, que começou a carreira como um simples ajudante em 1967 quando tinha apenas 16 anos, ganhou uma audiência de milhões com o seu programa, The Rush Limbaugh Show, sendo uma das mais influentes vozes conservadoras nos EUA. O programa começou há 33 anos e tinha uma audiência semanal de mais de 15 milhões de pessoas.
No seu último programa, no final do ano passado, agradeceu aos seus ouvintes -- eram conhecidos por dittoheads, uma junção das palavras ditto (ou idem) e heads (cabeças), porque concordavam sempre com ele -- e disse que já tinha vivido para lá do prazo que lhe tinha sido dado.
Limbaugh ajudou a projetar Trump antes das eleições de 2016, simplesmente por ver na sua candidatura algo sério, ao contrário de outros conservadores que não acreditavam no milionário. Era também um feroz crítico do seu antecessor, Barack Obama.
Muitos dos ouvintes de Limbaugh tornaram-se eventualmente eleitores de Trump e o apresentador de rádio continuou a apoiá-lo, apesar de alguns desentendimentos ocasionais, segundo a Fox News. Em outubro, entrevistou-o durante duas horas.
O The New York Times recorda algum do léxico típico do seu programa: defensores dos sem-abrigo eram "fascistas de compaixão", mulheres que eram pró-aborto eram "feminazis", ambientalistas eram "malucos que abraçam árvores".