Morreu Presidente Malam Bacai Sanhá

Presidência guineense confirmou notícia da morte de Bacai Sanhá. Foi decretado luto nacional de sete dias.
Publicado a
Atualizado a

Malam Bacai Sanhá estava internado em Paris, no hospital militar Val de Grâce desde 24 de novembro, nunca tendo sido revelada a natureza da sua doença. Segundo fonte da AFP, o Presidente de 64 anos encontrava-se "em coma há algum tempo".

O Presidente guineense, que sofria de diabetes, morreu às 10:10, hora de Lisboa.

O conselho de ministros reuniu-se durante a manhã em Bissau "para analisar a situação". Novas eleições presidenciais deverão realizar-se no prazo de 90 dias. Foi declarado luto nacional de sete dias a partir de dia 10.

Junto da casa onde residia o Presidente, aglomeraram-se algumas centenas de pessoas, a maioria homens, lendo o Alcorão.

O Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, já endereçou uma mensagem de condolências ao presidente da Assembleia Nacional, Raimundo Pereira, salientando "o contributo do Presidente Malam Bacai Sanhá (...) para o estreitamento da amizade e cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau".

O primeiro-ministro Passos Coelho salientou "o importante papel" de Bacai Sanhá "na reconciliação nacional e na consolidação democrática, através do reforço das instituições e do desenvolvimento económico e social".

O ex-presidente de Cabo Verde Pedro Pires, lembrando a longa relação política e pessoal que mantiveram, recordou que o dirigente guineense "fez um enorme esforço para contribuir para a estabilidade e para o normal funcionamento das instituições legítimas do país, buscando a coesão interna" da Guiné-Bissau.

Eleito em julho de 2009, Bacai Sanhá foi presidente interino de junho de 1999 a maio de 2000 e dirigiu a Assembleia Nacional de 1994 a 1998.

Pertencente a uma das etnias minoritárias da Guiné-Bissau, o Presidente falecido era muçulmano, casado e pai de um filho.

Bacai Sanhá divulgara, através de um dos seus conselheiros, uma mensagem no primeiro dia de 2012, apelando ao "combate e à extirpação, de uma vez por todas, dos factores na origem da instabilidade cíclica que põe em causa a paz e a coesão nacional".

Bacai Sanhá comentava assim a mais recente movimentação militar na Guiné-Bissau, a 26 de dezembro, em que teria havido uma tentativa de assassinar o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o chefe de estado-maior das forças armadas, general António Indjai. O chefe de estado-maior da Armada, Bubo Na Tchuto, e mais 25 pessoas foram presas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt