Morreu Otto Mühl, polémico pintor austríaco

O pintor austríaco Otto Mühl morreu sábado em Portugal, país onde vivia desde 1997 quando foi libertado da prisão, após cumprir pena por pedofilia e atentado contra a moral, noticiou hoje a agência APA, da Áustria.
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Segundo a diretora do Arquivo de Mühl, Daniele Roussel, o artista "morreu em paz, entre os seus amigos, em Portugal".

Mühl foi um dos artistas mais controversos da Áustria, tendo sido admirado pela sua obra, mas também odiado pelas suas transgressões morais e práticas sexuais, escreve a agência espanhola EFE.

Segundo um artigo publicado sobre Otto Mühl na revista francesa Courrier International em 2003, a 19 de Junho de 1991 a polícia austríaca prendeu o pintor, com base em testemunhos de adolescentes da comuna de Friedrischof, onde vivia. Foi acusado de pedofilia, abuso de poder e incentivo de uso de drogas, e condenado a oito anos de prisão.

Em 1997, quando foi libertado, radicou-se em Portugal, na zona do Algarve.

Muehl foi um dos representantes mais conhecidos do movimento "Acionismo Vienense", no qual o corpo do artista e as suas funções serviam muitas vezes de material à arte.

Foi no âmbito deste movimento artístico que criou a comuna de Friedrichshof, na Áustria, onde promoveu a liberdade sexual e a propriedade coletiva e fomentou a criatividade entre os seus membros.

Esta comunidade chegou a replicar-se na ilha de La Gomera, no arquipélago espanhol das Canárias.

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