Morreu o rato que detetava minas no Camboja

Magawa reformou-se em junho do ano passado, depois de detetar mais de 100 minas e outros explosivos.
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Morreu o rato detetor de minas condecorado pela sua bravura por ajudar a salvar vidas no Camboja, anunciou esta terça-feira a organização não-governamental belga APOPO.

Magawa, uma fêmea de rato-gigante-africano da Tanzânia, ajudou a limpar cerca de 225 mil metros quadrados de terreno, cerca de 42 campos de futebol, segundo a ONG, que treinou Magawa durante um ano na Tanzânia, seu país de origem.

Depois de detetar mais de 100 minas e outros explosivos, o roedor reformou-se em junho do ano passado.

Magawa morreu "pacificamente" no último fim de semana, aos oito anos. "Todos nós da APOPO lamentamos a perda de Magawa e agradecemos o trabalho incrível que ela fez", referiu a organização, em comunicado.

A ONG diz que o rato estava saudável e passou a maior parte do fim de semana a brincar com o habitual entusiasmo, mas que começou a mostrar sinais de fadiga no domingo, dormindo mais e manifestando menos apetite.

Em setembro de 2020, Magawa recebeu uma medalha de ouro da British Animal Protection Association (PDSA), que anualmente recompensa um animal por bravura. Magawa foi o primeiro rato a receber esta recompensa.

De acordo com o PDSA, entre 4 e 6 milhões de minas foram instaladas no Camboja entre 1975 e 1998 e mais de 64 mil pessoas morreram por causa delas.

A APOPO, que atua na Ásia e em África, treina ratos para ensiná-los a identificar a tuberculose e também os usa para localizar minas, já que estes animais têm um talento especial para tarefas repetitivas quando são recompensados com suas refeições preferidas. Além disso, por serem pequenos, estão protegidos das explosões.

Para detetar a dinamite dos explosivos, o rato sabe que precisa de mover a terra para alertar os humanos para a sua descoberta. Essa técnica é mais rápida do que um detetor de metais.

Magawa, que media 70 centímetros, conseguia inspecionar uma área equivalente a um campo de ténis em 30 minutos, tarefa que levaria quatro dias a um humano com detetor de metais.

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