Morreu o dissidente cubano Huber Matos

Depois de ter combatido o regime de Fulgencio Batista ao lado de Fidel Castro, foi acusado de traição pelos revolucionários e passou 20 anos detido em Cuba. Morreu em Miami, aos 95 anos, vítima de ataque cardíaco, disse a família ao jornal 'El Nuevo Herald'.
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Nascido em Yara, Cuba, em 1918, foi um dos comandantes rebeldes, tendo estado envolvido no movimento de resistência contra a ditadura de Fulgencio Batista desde o golpe de Estado de 10 de março de 1952.

O ex-professor, que a partir do exílio na Costa Rica enviou armas e homens para combater ao lado de Fidel, acabou por ser nomeado Comandante do Exército de Camaguey, já depois da vitória da revolução, em janeiro de 1959.

Contudo, pouco depois, Huber Matos adotou uma atitude crítica em relação ao caminho que estava a ser tomado pelos revolucionários, com discursos anti-comunistas. A 19 de outubro, enviou uma carta de renúncia a Fidel, acabando por ser detido dois dias depois.

O ex-comandante seria mais tarde considerado mais tarde culpado de traição e sentenciado a 20 anos de prisão. A maior parte da pena foi passada na Ilha da Juventude, onde o próprio Fidel tinha estado detido após o assalto ao quartel Moncada, em 1953.

Depois de cumprir a totalidade da pena, Huber Matos juntou-se à sua família no estrangeiro, indo viver para Miami, onde foi segretário-geral da organização Cuba Independente e Democrática.

Huber Matos contou a sua experência no livro autobiográfico 'Cómo llegó la noche".

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