Morreu o Asa, o patriarca da comunidade dos golfinhos do Sado

Era um dos roazes-corvineiros mais velhos do estuário e foi recolhido esta segunda-feira já morto. Só a necropsia, que será agora realizada, determinará a causa da morte deste golfinho.
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Um dos mais velhos golfinhos do estuário do Sado foi encontrado morto esta segunda-feira de manhã. Nos últimos dias o comportamento do Asa, assim se chamava, tinha causado apreensão a técnicos e operadores turísticos, que acompanham a atividade da comunidade de roazes-corvineiros. Segundo explicou ao DN Pedro Narra, da empresa Vertigem Azul, o Asa andava "muito isolado" do grupo nos últimos dias. Foi avistado várias vezes, a última delas terá sido no sábado. Foi recolhido pelo pessoal da Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) e só a necropsia, que será agora realizada, poderá determinar a causa da morte.

Na manhã de 31 de julho, o Asa não tinha aparecido. Já nesse dia, os técnicos da RNES, que o DN acompanhava em reportagem, manifestaram a sua estranheza. Era a primeira vez, confessava então Ana Cristina Falcão, técnica da reserva: "Estou a estranhar, é a primeira vez que não o vejo numa saída", dizia. Também Carlos Silva, o marujo conhecido por Lobo do Mar, estava preocupado. Salvou-o uma vez, a 7 de abril de 1999.

Observado pela primeira vez em 1984, Asa era como que um patriarca da comunidade. Teria uns 45 anos. Na reportagem do DN, publicada no dia 18 de agosto, antecipava-se que, nas saídas seguintes, os olhos de uns e outros iriam fixar-se nas barbatanas dos roazes-corvineiros do Sado, à procura daqueles cortes característicos do Asa.

Esta segunda-feira, como sinalizou a Vertigem Azul, na sua página de facebook, "é um dia triste para o Sado e para todos nós. O Asa partiu." A comunidade única em Portugal e rara na Europa de roazes-corvineiros terá agora 27 membros, eventualmente 28 se entretanto se fixar um dos golfinhos que foi avistado pela primeira vez em março com o grupo e que também foi visto no dia em que o DN se fez ao rio com os técnicos da RNES.

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