Morreu a cantora e atriz Jane Birkin. Tinha 76 anos

A cantora tinha cancelado recentemente alguns espetáculos devido a problemas de saúde. Foi encontrada sem vida, este domingo, em casa.
Publicado a
Atualizado a

A cantora e atriz Jane Birkin morreu este domingo, aos 76 anos, avançou a BFMTV.

Terá sido encontrada sem vida na sua casa em Paris pelo seu cuidador, diz o Le Parisien.

A artista, que esteve em Portugal em 2017 para protagonizar o espetáculo 'Gainsbourg Sinfónico' no Anfiteatro ao Ar Livre do Jardim Gulbenkian, estava há algum tempo afastada dos palcos, embora tenha voltado pontualmente ao trabalho após sofrer um acidente vascular cerebral, em 2021.

Em março passado, cancelou durante dois meses os seus concertos, voltando a cancelar, no final de maio, novos espetáculos agendados.

Ela alcançou fama internacional e notabilidade devido à parceria musical e romântica de uma década com Serge Gainsbourg.

YouTubeyoutubeJIQiGN-vO-g

Com voz sensual, depois de "Je t'aime... moi non plus", Jane Birkin rapidamente se tornou um símbolo sexual. Banido da rádio de vários países e condenada pelo Vaticano, a música foi um sucesso internacional.

Jane Birkin inspirou uma famosa mala, a Hermès Birkin, lançada em 1984.

Jane Birkin nasceu a 14 de dezembro de 1946, em Londres, no Reino Unido. Aos 17 anos casou com John Barry, compositor da banda sonora de um dos filmes do James Bond. Tiveram uma filha, Kate, mas acabaram por se separar ao fim de três anos.

Jane Birkin estreou-se no cinema em 1966, com o filme Blow Up, de Michelangelo Antonioni. Este filme criou ondas devido à cena de nudez frontal completa protagonizada pela inglesa.

Em 1968, aos 22 anos, Jane Birkin foi para França para participar num filme com Serge Gainsbourg, que era 18 anos mais velho do que ela.

Depois de conhecer Serge Gainsbourg mudou-se para França permanentemente. Tiveram uma filha, Charlotte, que também é atriz e cantora. A relação romântica e musical dos dois foi tempestuosa ao longo dos anos e acabaram por se separar em 1980.

Nos cerca de 70 filmes em que participou, foi dirigida por nomes como Bertrand Tavernier, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, James Ivory e Agnes Varda.

Apesar de ter criado o seu caminho, o nome de Jane Birkin ficou sempre associado a Serge Gainsbourg, que continuou a escrever músicas sobre ela apesar de se terem separado.

Gainsbourg esteve na audiência quando Jane Birkin deu o seu primeiro concerto em nome próprios aos 40 anos, no Bataclan, em Paris. Ao longo dos anos, Birkin continuou a cantar músicas do parceiro nos seus concertos.

Ainda teve um terceira filha, a cantora Lou Doillon, fruto da sua relação de 13 anos com o diretor francês Jacques Doillon.

A sua vida foi marcada pela tragédia, com a sua filha mais velha, Kate Barry, a cometer suicídio em 2013.

No final dos anos 90, Jane Birkin lutou contra a leucemia, e em 2021 sofreu um acidente vascular cerebral ligeiro.

Em 2011, foi nomeada Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE) em 2001 pelos seus serviços à representação e às relações culturais franco-britânicas.

O Presidente francês Emmanuel Macron prestou hoje homenagem a Jane Birkin, considerando-a "uma artista completa" e um "ícone francês" que "incorporou a liberdade".

"Por encarnar a liberdade, por cantar as palavras mais belas da nossa língua, Jane Birkin foi um ícone francês. Artista completa, a sua voz era tão suave quanto os seus compromissos eram ardentes. O legado das suas melodias e das suas imagens não nos deixarão ", escreveu o chefe de Estado no Twitter.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt