Morreu a atriz Carmen Dolores. Tinha 96 anos

Venceu vários prémios ao longo da carreira, entre os quais o Prémio Carreira nos Prémios Sophia da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas, em 2016.
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A atriz Carmen Dolores, com uma carreira de mais de seis décadas na rádio, no teatro, no cinema e na televisão, morreu esta segunda-feira, confirmou uma fonte próxima da família à agência Lusa. Tinha 96 anos.

A informação tinha sido confirmada também pelo encenador Jorge Silva Melo, que publicou nas suas redes sociais uma fotografia a preto e branco da atriz.

[Veja e leia aqui a entrevista de Carmen Dolores a Ana Sousa Dias.]

Nascida em Lisboa, a 22 de abril de 1924, Carmen Dolores começou por querer ser missionária, ou "irmã de caridade" e mais tarde pensou ser escritora, mas acabou por fazer carreira na rádio, tanto a ler poesia como teatro radiofónico, assim como no cinema e no teatro. Também teve participações em algumas telenovelas, como A Banqueira do Povo ou A Lenda da Garça.

Estreou-se no cinema em Amor de Perdição (1943) quando tinha apenas 19 anos. A estreia nos palcos foi no Teatro da Trindade, em Lisboa, dois anos depois, integrada na Companhia Os Comediantes de Lisboa, na peça Electra, a mensageira dos deuses, de Jean Giraudoux, encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho).

Em 1951 passou para o palco do Teatro Nacional D. Maria II, sob a direção de Amélia Rey Colaço, e participou em várias peças, entre as quais Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.

A atriz, que foi uma das fundadoras da Casa do Artista, despediu-se dos palcos em 2005, ao fim de mais de seis décadas de carreira, com Copenhaga, no Teatro Aberto, encenada por João Lourenço. Em 2018, as suas memórias inspiraram a peça Carmen, de Diogo Infante, que estreou no Teatro da Trindade, cuja sala principal foi batizada em seu nome.

Nesse mesmo ano, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa condecorou-a com as insígnias distinção de Grande-Oficial da Ordem de Mérito. Carmen Dolores foi ainda distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo presidente Jorge Sampaio (2005), com a Medalha de Ouro de Mérito da Câmara Municipal de Lisboa (2014), o prémio Sophia de Carreira, da Academia Portuguesa de Cinema (2016), e o Prémio António Quadros de Teatro (2016), entre outros galardões.

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