Montenegro não avança, Relvas apoia Paulo Rangel

Antigo candidato à liderança não revela, para já, quem apoia. Relvas diz que Paulo Rangel é o melhor posicionado para bater Rio.
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Luís Montenegro não será candidato à liderança do PSD, mas espera que Rui Rio tenha concorrência nas eleições internas que se avizinham.

Em entrevista à TSF/JN o antigo líder parlamentar social-democrata, que avançou contra Rui Rio em 2019, afasta em definitivo uma candidatura à liderança. "Não tenciono protagonizar nenhuma candidatura por várias razões. As principais são que eu tinha um projeto de afirmação política do PSD a quatro anos, quando me apresentei a votos há dois anos, e creio que não tendo acontecido nessa altura, não é que não pudesse acontecer agora outra vez, mas envolvi-me em projetos de natureza profissional, pessoal, familiar que não queria deixar a meio nesta altura", diz Montenegro.

Mas se o próprio não avança, espera ver avançar pelo menos uma candidatura alternativa ao atual presidente social-democrata. Montenegro considera "relativamente natural que haja pelo menos duas candidaturas" - "pelo menos mais uma ou até mais alternativas ao atual presidente". O antigo líder parlamentar garante, no entanto, que não tem "nada combinado com ninguém" quanto às eleições internas: "Vou aguardar serenamente a marcação das eleições, aguardar que os candidatos se perfilem e depois vou contribuir, quanto mais não seja com ideias, para que o PSD possa sair reforçado de uma vez por todas. E unido e coeso no encalço de uma vitória eleitoral nas legislativas".

Sublinhando que Rio "fez um bom trabalho no que toca às autárquicas", o antigo deputado adverte que não há motivos para triunfalismos quanto às próximas legislativas - "Não é tempo de embandeirar em arco, não é tempo de estar embriagado nos resultados eleitorais, a pensar que o trabalho está feito. Não está". "Está o dr. Rui Rio hoje em condições de poder dizer que é uma alternativa sólida, consistente para ganhar as eleições ao PS? Não. Se pode vir a estar? Depende dele", diz ainda Montenegro, sublinhando que "há mais pessoas capazes de poder apresentar projetos que façam mobilizar o PSD para esse combate".

Já sobre Marcelo Rebelo de Sousa, Montenegro avisa que "o PSD não pode nunca estar à espera do Presidente da República para crescer eleitoralmente, para vencer eleições e para afirmar a sua alternativa".

Com Conselho Nacional marcado para 14 de outubro, para decidir a data das próximas eleições diretas, também Miguel Relvas veio agora a terreiro, mas para defender que Paulo Rangel é o melhor posicionado para disputar a liderança dos sociais-democratas. No programa Lei da Bolha, da TVI, o antigo secretário-geral do partido defende que o atual líder "sai melhor das eleições autárquicas do que estava antes", mas acrescenta que isso não é sinónimo de ser o melhor candidato às legislativas. "Há um descontentamento mais ou menos visível no país relativamente ao Governo, ao PS. Porque é que não se sente com evidência? Porque não há uma alternativa real. Este é o grande problema de Rui Rio", sustenta Miguel Relvas, que defende que a oposição ao atual líder não deve avançar "fracionada" nas eleições: "Tem de haver um entendimento".

susete.francisco@dn.pt

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