PSD denuncia "asfixia democrática" e ataque "vergonhoso" a Carlos Costa
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, acusou o governo socialista de estar a fazer um "ataque vergonhoso e despudorado" contra o Banco de Portugal (BdP) e o seu governador, Carlos Costa. No arranque das jornadas parlamentares do PSD, em Santarém, o líder da bancada considerou este um sinal de que o PS "está a voltar a trazer os tempos da asfixia e da claustrofobia democrática".
Luís Montenegro admite que o BdP pode ser "escrutinado", mas o que o governo socialista está a tentar fazer é "influenciar" e "interferir na independência do Banco de Portugal", o que constitui um "desrespeito institucional grave". O ataque denunciado demonstra, no entender de Montenegro, que "o primeiro-ministro não está preparado para exercer as suas funções".
O líder da bancada "laranja" acusa "António Costa e os seus apoiantes" de estarem a "querer transformar-se mesmo nos novos Donos Disto Tudo", tentando "tomar de assalto o aparelho de Estado". Montenegro deu como exemplo "substituições sem critério no IEFP, a reversão da TAP" e até a Comunicação Social, lembrando o SMS que António Costa enviou a um jornalista do Expresso.
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As jornadas parlamentares têm como tema forte o Orçamento do Estado para 2016 e Luís Montenegro voltou a deixar pistas de que o PSD votará contra o documento, que demonstra que "logo no seu primeiro orçamento, o governo entrou em campanha eleitoral", estando já "a prepara-se para o combate eleitoral subsequente". E acrescentou ainda que "quem fez este orçamento não espera fazer um segundo", daí a "marca eleitoralista"
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Embora o anúncio final ainda não tenha sido feito, tal como o DN adiantou hoje, o PSD deverá votar contra o Orçamento do Estado. E esse sentido de voto vai sendo sugerido em vários membros da direção da bancada "laranja". Também o vice-presidente da bancada Nuno Serra (que falou na abertura, por ser o presidente da distrital anfitriã) advertiu que o Orçamento do governo PS não tem um "rumo coerente" e irá de "errata em errata até ao erro final". Nuno Serra disse ainda que "este Orçamento não traz nada de bom, nem de melhor para Portugal".