Montenegro acusa Centeno de "piromania política"

Líder parlamentar do PSD não compreende declarações de ministro sobre segundo resgate. Avisa também que PSD apresentará propostas políticas, mas fora do âmbito do Orçamento do Estado para 2017
Publicado a
Atualizado a

O líder parlamentar do PSD acusou esta tarde, na abertura das jornadas parlamentares do PSD em Coimbra, o ministro das Finanças de ter uma "tendência para a piromania política". Luís Montenegro falava numa alusão ao facto de Mário Centeno ter dito à CNBC que a sua "tarefa principal" é evitar um segundo resgate ao país.

O líder da bancada social-democrata diz ainda que esta tendência de Centeno não surpreende, já que houve uma fase em que "todas as semanas não parou de adensar as dúvidas sobre a Caixa Geral de Depósitos." Luís Montenegro queria que Centeno tivesse sido mais taxativo a negar um segundo resgate, não dizendo que "está a tentar evitar, mas dizendo que evita" e que está a fazer os possíveis para "que esse cenário nem sequer se coloque". As declarações do ministro das finanças, defende o social-democrata, fazem com que o primeiro-ministro esteja a dever ao país uma "palavra de tranquilidade".

Em matéria de finanças, Montenegro voltou a falar do Orçamento do Estado para 2017, voltando a sugerir que o PSD não irá apresentar propostas e que, para propor as suas políticas, continuará a fazê-lo através de iniciativas parlamentares ao longo da legislatura.

"O que interessa não é saber as propostas do PSD, mas sim as do PS, do Bloco de Esquerda e do PCP. É uma hipocrisia quererem saber as propostas do PSD, quando todos os dias as desfazem de alto a baixo. Eles é que têm de apresentar: Cheguem-se à frente!", afirmou Montenegro.

O líder da bancada "laranja" diz que o PSD não vai deixar de "apresentar propostas, e fazê-lo democraticamente", em áreas como a saúde, a educação, as cidades, mas através do processo legislativo normal ao longo do ano e não através de propostas de alteração ao Orçamento do Estado.

Nessas propostas, o PSD quer mostrar aos portugueses que tem uma "alternativa política" para no futuro "obter um reforço eleitoral" que lhe permita voltar a governar, num projeto com futuro, centrado nas "oportunidades" e no "crescimento", palavra que diz estar fora do léxico do governo.

Luís Montenegro voltou também a acusar o "governo das esquerdas" de "viver para o défice", apresentado vários dados macroeconómicos (exportações, crescimento, investimento) que demonstram que o governo está a sacrificar áreas da governação para "cumprir um défice de 3%". O líder parlamentar do PSD acusou ainda a esquerda de ter um "complexo ideológico" que faz com que esteja a tentar "meter o Estado em todo o lado".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt