Monteiro à conquista de Vila Real para voltar à liderança do WTCC

Habituado a brilhar em casa, Tiago Monteiro procura mais um triunfo na etapa portuguesa do mundial de carros de turismo. No entanto, a prioridade é a luta pelo título
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Seja em Portimão, no Estoril ou em Vila Real - onde, no ano passado, acabou no pódio, a tirar uma selfie diante de um efusivo mar de gente -, Tiago Monteiro sabem bem como é fazer a festa em casa. Só lhe falta a juntar a cereja ao topo do bolo: sair de Portugal na liderança no WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo). É esse objetivo que o piloto portuense persegue, hoje e amanhã, na cidade transmontana.

Vila Real acolhe a quinta das 10 etapas de um Mundial que se tornou mais emocionante e competitivo, após o abandono da equipa oficial da Citröen, no fim de 2016. Tiago Monteiro (Honda Civic) - que comandava a classificação desde as corridas inaugurais, em Marrocos - foi ultrapassado pelo holandês Nick Catsburg (Volvo), na última paragem, na Alemanha. Todavia, com 127 pontos para Catsburg, 125 para Monteiro e 119 para o sueco Thed Björk (Volvo), a luta segue viva, alimentando a velha ambição do português de chegar ao título mundial.

"O meu objetivo é lutar pelo campeonato até final. Mais uma vitória em Portugal seria algo fantástico mas o objetivo principal é o campeonato. Quero pontuar, para recuperar a liderança e criar uma almofada pontual como tinha até à Alemanha", aponta Tiago Monteiro, em declarações ao DN. Para o piloto da Honda, de 40 anos, juntar um triunfo em Vila Real ao regresso ao topo da classificação do WTCC seria "a cereja no topo do bolo".

Essas contas não são simples de fazer, já que há muitos pontos em discussão em cada etapa do WTCC - cinco para o detentor da pole position (pontuam os cinco primeiros), 25 para quem ganhar a corrida de abertura e 30 para o vencedor da corrida principal (em ambas pontuam os dez primeiros). Contudo, Monteiro costuma dar-se bem em Portugal, onde só lhe faltou vencer na Porto-natal (foi 3.º na corrida 2, em 2011): triunfou no Estoril, em 2008, em Portimão, em 2010, e em Vila Real, no ano passado.

"A prova de Vila Real é sempre especial. Correr em casa é diferente, pela organização portuguesa mas também pela presença de família, amigos e fãs (gente com quem temos prazer em estar mas que não temos sempre perto...)", explica Tiago Monteiro, sacudindo depois a pressão de ser o favorito da maioria do público deste 47.º Circuito Internacional de Vila Real - que, além do WTCC, acolhe este fim de semana provas da Taça Europeia de Carros de Turismo (ETCC) e das duas categorias do Campeonato Nacional de Clássicos de Circuitos. "Há pressão-extra, por correr em casa e querer representar as nossas cores da melhor forma, mas felizmente não me tem afetado, pois já ganhei algumas vezes em Portugal", afirma.

Ainda assim, desta vez, todos os participantes terão um fator-extra de ansiedade: a estreia da joker lap, mais uma inovação do WTCC, depois da criação do evento MAC3 - uma espécie de contra-relógio entre as equipas de fábrica (pontuável para o mundial de construtores), no ano passado. Com a joker lap, todos os pilotos são obrigados a utilizar uma secção alternativa (e mais longa) do circuito, pelo menos uma vez, em cada corrida - uma invenção para facilitar ultrapassagens. "Estou curioso para ver como é que coisas vão correr. Se é vantajosa para nós ou não, só podemos dizer depois de domingo", afirma Tiago Monteiro.

Certo é que não falta emoção ao WTCC, mesmo após o abandono da construtora tricampeã (os Citroën C-Elysée continuam em prova, ao serviço de equipas privadas). "Há mais competitividade e o espetáculo está a ser muito bom", sublinha Tiago Monteiro. E é isso que se espera em Vila Real (com transmissão nos canais Eurosport e TVI 24), onde fará a estreia outro luso, Manuel Pedro Fernandes, ao volante de um Lada Vesta, da RC Motorsport.

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