Moedas avisa Costa: corte de fundos comunitários depende do governo
Pressão para Costa na questão dos fundos comunitários. O comissário europeu Carlos Moedas acredita que o corte de fundos estruturais a Portugal - que começa neste mês de setembro a ser discutido no Parlamento Europeu - será evitado se o governo cumprir as metas prometidas a Bruxelas. "Se Portugal continuar a cumprir em termos de orçamento, em termos de números, isso [corte de fundos] não será uma questão", afirmou Moedas à saída de uma aula esta manhã na Universidade de Verão do PSD.
Carlos Moedas - que hoje também participará na escola de quadros do CDS - acrescentou que ainda ontem ouviu "o senhor o sr. primeiro-ministro falar sobre os números e aquilo que são os números para o fim do ano e depois 2017 e se Portugal cumprir, esse tipo de congelamento [de fundos] acabará sempre por não existir porque é um congelamento que é sempre condicionado àquilo que é o cumprimento ou não de cada país. Portanto, isso será uma não-questão."
O comissário europeu é claro quanto à receita para evitar a suspensão dos fundos comunitários: "Portugal tem de se concentrar é em cumprir as metas, em cumprir aquilo que prometeu e, se cumprir aquilo que prometeu, o caminho é o do futuro". Moedas está, no entanto, otimista quanto ao desempenho do país, defendendo que o facto de Portugal ter evitado as sanções foi "de grande importância".
Não querendo discutir política nacional, Moedas recusou-se a dizer se a imagem de Portugal está-se a degradar em Bruxelas. No entanto, destacou os feitos do anterior governo (que integrou até ir para Bruxelas). O sucesso de Portugal, acredita Moedas, "depende de ser um país credível. Foi esse trabalho que foi o trabalho feito tanto nos anos em que tivemos as dificuldades e tivemos de voltar a criar essa credibilidade". E agora com este governo? "Agora é continuar. É essa a importância."
O comissário garante que a Comissão Europeia avalia com base nos factos e aí os sinais são bons: a "boa notícia de Portugal ter evitado as sanções". Deixa, no entanto, uma base de incerteza: "Agora vamos ver no futuro..."
Carlos Moedas não quis revelar se haverá uma decisão do Parlamento Europeu sobre o congelamento de fundos antes da cimeira de Bratislava, que se realiza a 16 de setembro.
O comissário falou ainda sobre a multa de 13 mil milhões de euros aplicada à Apple, que acredita ser a demonstração de que temos "uma Europa forte".
Na aula aos jovens do PSD, Moedas falou também no Tratado Comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, lançando farpas aos críticos (a que chamou de "populistas"). Após lembrar que a economia da França - um dos países que sido opositor do TtiP - é mais pequena que a da Califórnia, citou o ex-primeiro-ministro italiano Enrico Letta, para dizer: "Na Europa só há dois tipos de países: os que são pequenos e os que ainda não perceberam que são pequenos."