Moderação, pacificação social e pouco eleitoralismo: apostas para a mensagem de Marcelo

2019 é um ano especial, feito de três eleições. A tradicional mensagem de Ano Novo do Presidente da República deverá ter sido pensada para os próximos meses de grande combate político.
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"Moderação, pouco eleitoralismo e pacificação social", são os três ingredientes que o politólogo António Costa Pinto considera indispensáveis nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa. "O Presidente deve seguir a linha dos avisos que tem feito no último mês para que haja moderação a todos os níveis", afirma António Costa Pinto.

Os avisos sobre o abrandamento económico que foi feito na mensagem de 2018, que se poderia repetir este ano, talvez seja evitado pelo Presidente, afirma Costa Pinto, precisamente por se tratar de um ano eleitoral e em que o próximo Orçamento do Estado já será feito por um novo governo.

Há dois anos, o Chefe do Estado avisou que "havia muito por fazer", e no próprio OE2019, que promulgou, deixou os recados que entendeu sobre a falta de apoio ao investimento privado. Não os deverá repetir nas primeiras palavras ao portugueses no Ano Novo nesta terceira mensagem como primeira figura do Estado.

O facto de estar sempre em cima dos acontecimentos e falar muitas vezes faz com que a primeira mensagem do ano não tenha que vir carregada de tantos recados. Mesmo no ano passado, depois dos trágicos incêndios de 2017, que relembrou como um "pesadelo" para todos nós, não foi contundente nas críticas. Marcelo preferiu apontar ao futuro e pedir "reinvenção".

"Reinvenção da confiança dos portugueses na sua segurança, que é mais do que a estabilidade governativa, finanças sãs. Emprego crescente, rendimentos. É ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades".

No primeiro dia do ano, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a indesmentível "estabilidade social e política", salientando o acordo sobre o salário mínimo ou ainda a aceitação de dois Orçamentos do Estado pela União Europeia e a compensação a alguns dos mais atingidos pela crise.

"Quer isto dizer que demos passos - pequenos que sejam - para corrigir injustiças e criámos um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espetro da crise política iminente, de fracasso financeiro, de instabilidade social que, para muitos, era inevitável. Tudo isto foi obra nossa - nossa, de todos os portugueses. No entanto, ficou muito por fazer", sublinhou.


Em 2017, manteve que "ficou muito por fazer" e pedia que se mantivesse o rumo para não deitar a perder o que já tinha sido ganho.

"O caminho para 2017 é muito simples - não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado. Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maio

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