O Governo vai substituir o modelo de cantinas sociais pela distribuição de cabazes alimentares aos mais carenciados, recorrendo a fundos comunitários, anunciou à agência Lusa a secretária de Estado da Segurança Social..Segundo Cláudia Joaquim, a distribuição de alimentos será feita através do Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas Mais Carenciadas (FEAC) e irá beneficiar cerca de 60 mil pessoas..Os beneficiários vão receber cabazes alimentares, que integram na sua composição carne, peixe e legumes congelados, com o objetivo de cobrir as suas necessidades nutricionais diárias em 50%.."O que pretendemos com a medida é que haja uma transição que não seja abrupta" e que "os beneficiários das cantinas sociais que não tenham condições para confecionar alimentos não fiquem desprotegidos", disse Cláudia Joaquim..A governante lembrou que a resposta cantinas sociais já existia há muitos anos e era muito dirigida à população sem-abrigo ou a pessoas que não pudessem confecionar os seus alimentos. "Aquilo que pretendemos é que a resposta cantinas sociais possa permanecer e, se necessário, ser reforçada face ao que existia no terreno em 2010", disse,.Mas relativamente às cantinas sociais, integradas no Programa de Emergência Alimentar (PEA) e que nunca foram concebidas como uma resposta social, o objetivo é que possam ter "uma descontinuidade gradual".."Não pretendemos que num determinado dia do ano deixe de haver cantinas sociais e no dia seguinte exista distribuição de alimentos, mas pretendemos que possa haver uma transição pacífica e que não deixe ninguém desprotegido", frisou Cláudia Joaquim..Um estudo do Ministério do Trabalho, da Solidariedade Social, hoje divulgado, permitiu caracterizar os beneficiários das cantinas sociais, perceber melhor a resposta e identificar as suas vantagens e desvantagens..[artigo:5624456].Como principais conclusões, o relatório da avaliação da medida, integrada no Programa de Emergência Alimentar, apresentado em 2011, aponta uma "distribuição territorial desequilibrada", "sobredimensionamento da oferta de refeições" e "inexistência de mecanismos sólidos de controlo da execução física e financeira da medida"..Atendendo às conclusões do relatório, o grupo de trabalho que realizou o estudo considera "adequado que seja definido um prazo limite para a duração desta medida, a qual foi, aliás, concebida desde o início como uma resposta a situações de emergência e com duração limitada no tempo (até 2014)"..Perante estas recomendações e ao longo de 2016, "o Governo chegou à conclusão que seria importante manter as cantinas sociais até uma resposta que as substituísse" e que fosse "mais de acordo com a visão" que o Executivo tem no que refere ao apoio alimentar, disse Cláudia Joaquim..O Programa de Emergência Alimentar constituiu em 2011 uma Rede Solidária de Cantinas Sociais em todo o país, assegurando que são providenciadas duas refeições diárias, de forma continuada durante todo o ano, a todas as famílias carenciadas que se dirijam às instituições de solidariedade social.