A polémica da modelo da Playboy que foi posar nua no Monte Taranaki
Uma modelo da Playboy está a ser criticada por ter posado nua no Monte Taranaki, na Nova Zelândia. O monte é, na realidade, um vulcão com mais de 2500 metros de altitude e considerado sagrado pelo povo maori, que acusa a modelo Jaylene Cook de insensibilidade cultural.
"É como se alguém fosse à Basílica de São Pedro no Vaticano e tirasse uma fotografia nu", explicou à BBC Dennis Ngawhare, porta-voz de uma tribo maori. "É um local sagrado e uma coisa destas é totalmente inapropriada".
Na fotografia, tirada pelo namorado, Jaylene está no topo do monte e usa apenas com um gorro, luvas e ténis.
A modelo argumentou, justificando que fez uma pesquisa sobre a história do Monte Taranaki antes de o escalar e que não pensou que alguém fosse ficar ofendido com a imagem.
"Não estava escrito em nenhum lado, nem ninguém nos disse que era algo errado, e nós acreditámos que não era", explicou a modelo, citada pelo New Zealand Herald. "Vemos a nudez como arte pura e natural", continuou.
Jaylene, que é de Waikato, Nova Zelândia, pediu desculpas por ter ofendido o povo maori mas acrescentou que faria tudo de novo, explicando que tirar a fotografia foi uma decisão tomada na hora. "Quando lá chegámos sentimos a necessidade de despir-nos" e absorver a natureza, explicou a modelo que foi capa da Playboy México em janeiro.
"É um clássico exemplo de choque entre os valores ocidentais e indígenas", afirmou Dennis Ngawhare, citado pelo New Zealand Herald. "Tenho a certeza de que eles o fizeram com as melhores intenções e é uma fotografia esteticamente agradável, mas nós consideramo-la inapropriada", continuou.
Ngawhare contou que nunca subiu ao topo do monte porque, de acordo com as tradições culturais que defende e em que acredita, é um sinal de desrespeito. O porta-voz aceita, porém, que os turistas escalem o Monte Taranaki, desde que o façam com respeito.
Neil Volzke, autarca da cidade de Stratford, onde se localiza o monte, concordou com o povo maori e também acusou a modelo de ser culturalmente insensível.