Moçambique trava adoção ilegal de 27 crianças

As autoridades moçambicanas abortaram uma tentativa de emigração ilegal de 27 crianças para a África do Sul, através da fronteira de Ressano Garcia, tendo detido sete pessoas, anunciou hoje a imprensa do país.
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As crianças estariam a atravessar a fronteira "a salto", através do rio Inkomati, devido ao alto custo dos passaportes para uma entrada legal naquele país.

Moçambique e África do Sul aboliram mutuamente os vistos de entrada mas é exigida a produção de um passaporte na fronteira.

Segundo o diário O País, de Maputo, a emissão de um passaporte moçambicano orça em 3.000,00 meticais (cerca de 75,00 euros), enquanto uma travessia ilegal da fronteira custa metade deste valor.

Segundo o jornal Notícias, também de Maputo, na tentativa de atravessar com 13 crianças sem qualquer documento com destino à cidade sul-africana de Alexandra foi apreendida uma viatura e os guias, vulgo "marianas", fugiram e abandonaram os menores à sua sorte.

Na manhã de sábado, familiares dos emigrantes e dos menores, foram ao posto policial de Ressano Garcia, para os levarem de volta às suas casas.

Questionados sobre os motivos que os levaram a entregar as crianças aos motoristas e serem sujeitos a travessias ilegais, os familiares alegaram o alto custo para aquisição dos passaportes.

"Eu tenho aqui os meus quatro sobrinhos, a minha filha e a minha esposa que iam passar férias em casa da minha cunhada e pedi ao motorista que os levasse, embora nenhum deles tivesse documentos", disse Alexandre, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Por seu turno, os transportadores dizem ter-se envolvido no caso movidos por dinheiro e que por cada criança receberiam valores que variam entre 300 (28 euros) e 500 randes.

A Polícia, através do seu porta-voz Emídio Mabunda, esclareceu que se trata de um caso de emigração ilegal que está a merecer a devida atenção pelos agentes da lei e ordem e que feita a triagem as crianças serão devolvidas ao seu local de origem.

"Trata-se de um caso ainda em análise, mas até aqui estamos diante de uma emigração ilegal ou violação de fronteira e por ser crime vai merecer a devida atenção. A polícia está a trabalhar e no devido tempo vai esclarecer o caso e reintegrar as crianças", afirmou Mabunda.

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