O país africano está ainda fora da lista de 18 países que a consultora considerou terem superado um conjunto de indicadores relativos ao crescimento económico nas últimas décadas, mas foi incluido entre os "aceleradores recentes", dado o seu potencial para se juntar à próxima onda de "outperformers"..No relatório "Outperformers: High-growth emerging economies and the companies that propel them" (Acima da média: Mercados emergentes em crescimento acelerado e as empresas que os estimulam), o McKnsey Global Institute (MGI), analisou a evolução do crescimento do PIB per capita de 71 economias em desenvolvimento, desde 1965 até 2016, e identificou 18 como "outperformers", cerca de uma em cada 4..Sete (China, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia) atingiram ou ultrapassaram os 3,5% de crescimento anual do PIB per capita neste período de 50 anos. Outras onze, que incluem um grupo geograficamente mais disperso e mais recente cresceram pelo menos 5% entre 1995 e 2016, a nível do PIB per capita: Azerbaijão, Bielorrússia, Camboja, Etiópia, Índia, Cazaquistão, Laos, Myanmar, Turquemenistão, Uzbequistão e Vietname.."Estes 18 países não só mostraram um desempenho médio excecional, mas também consistência excedendo a taxa de crescimento estabelecida em, pelo menos, três quartos dos últimos períodos de 50 e 20 anos, respetivamente", salienta o MGI..Entre os próximos potenciais "outperformers" estão vários países..Alguns, como o Bangladesh, a Bolívia, Filipinas, Ruanda ou Sri Lanka apresentaram um crescimento per capita superior a 3,5% entre 2011 e 2016. Outros, como Moçambique, Quénia, Paraguai, Senegal e Tanzânia melhoraram nos indicadores de produtividade, rendimento e procura, mas não atingiram ainda a meta de crescimento de forma consistente..Dos 15 países da região subsaariana (a região mais pobre do mundo, com um PIB per capita de apenas 1.570 dólares), analisados, apenas um, a Etiópia, teve um desempenho acima da média..O Gana, Moçambique e o Ruanda, que atravessaram recentemente períodos de crescimento acelerado ultrapassaram os "outperformers" de longo prazo nos últimos dez anos..O MGI justifica o desempenho acima da média com uma "agenda política pró-crescimento" e o contributo de grandes empresas que ajudaram a impulsionar o crescimento..Em Moçambique, destaca a empresa de fundição de alumínio Mozal (a maior do país e segunda maior de África) como um motor do crescimento, tendo gerado cerca de 30% das exportações e 53% do fluxo de divisas desde que foi criada, em 1998.."O crescimento da Mozal teve um impacto significativo nas infraestruturas do país e a empresa foi responsável pela expansão do porto e o desenvolvimento de um parque industrial perto da capital Maputo. A empresa, que consome quatro vezes mais eletricidade do que o resto do país, tem de comprar eletricidade à Africa do Sul", realça o relatório..Entre as novos desafios para os mercados emergentes, o MGI identifica as mudanças demográficas, os novos padrões de comércio internacional (sul-sul) e a revolução digital..O MGI identifica também oportunidades na indústrai transformadora para os países de baixos rendimentos e baixo nível de industrialização, apontando exemplos bem sucedidos como o desenvolvimento acelerado de setores industriais como o mobiliário, automóvel e farmacêutica na Índia.."Se estes países conseguirem aumentar a produtividade, o valor acrescentado e o emprego na indústria transformadora também poderão aumentar" beneficiando países como Moçambique, Etiópia, Bangladesh, Índia, Quénia, Nepal, Ruanda e Vietname..No seu conjunto, os "outperformers" ajudaram a retirar da pobreza extrema (pessoas que vivem com menos de 1,90 dólares por dia) mil milhões de pessoas desde 1990 e geraram 44% do consumo dos mercados emergentes entre 1995 e 2016..Se os restantes 53 países analisados (com desempenho médio ou abaixo do esperado) conseguissem ganhos de produtividade semelhantes aos 18 "outperformers" a economia global iria gerar 11 biliões de dólares e o crescimento per capita global aumentaria para 4,6%, estima o MGI.