Esta foi a resposta de Moçambique à oferta de apoio judiciário e judicial por parte de Portugal ás autoridades moçambicanas, ao abrigo protocolo de cooperação entre os dois países. ."Houve contactos com o Ministério da Justiça moçambicano, que assegurou que o processo se encontra a ser investigado pelas autoridades judiciárias competentes", salientou hoje uma fonte do ministério português. .A resposta de Moçambique não esclareceu se aceita ou não a oferta portuguesa. ."O Ministério da Justiça está a acompanhar com interesse e cuidado o processo, dentro do respeito pela soberania dos Estados", acrescentou a mesma fonte, que se aguarda "a boa prossecução da investigação em causa"..Recentemente, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunen, enviou ao seu homólogo moçambicano, Joaquim Veríssimo, uma carta a disponibilizar apoio judiciário e judicial..A eurodeputada Ana Gomes, que levou o assunto à Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, considerou que "é incompreensível que as autoridades moçambicanas, apesar de repetidamente prometerem esforços e cooperação na localização deste português, de facto nada estejam a fazer".."Nem sequer aceitaram ainda a ajuda da Polícia Judiciária, que, no passado, se provou indispensável para trazer de volta outros cidadãos portugueses raptados", frisou a eurodeputada..Ana Gomes notou que "a cada dia que passa sem qualquer resultado ou explicação das autoridades de Moçambique sobre o que aconteceu ao empresário português, adensam-se as suspeitas de que o silêncio não será porque nada sabem, ou porque nada querem saber, é porque sabem e nada querem dizer porque tudo as compromete, por ação ou omissão, neste crime de desaparecimento forçado"..O advogado e ex-deputado José Ribeiro e Castro, que participou na vigília em Lisboa que assinalou o desaparecimento, afirmou que "tem havido falha de Estado por parte de Moçambique", onde "a segurança pessoal" do empresário "estava inteiramente à guarda das autoridades e da polícia do país".."Não pode compreender-se esta completa omissão de notícias e dados objetivos ao fim de tanto tempo", declarou, assinalando que, na sexta-feira, Américo Sebastião, comemora 50 anos. .José Ribeiro e Castro instou as autoridades moçambicanas a "comoverem-se com a dor e a ansiedade da família, abrindo, finalmente, as portas à cooperação estreita com a PJ, para favorecerem o rápido esclarecimento deste drama que atingiu este compatriota e consolidarem a confiança entre os dois Estados"..Américo Sebastião foi raptado numa estação de abastecimento de combustíveis em 29 de julho de 2016, em Nhamapadza, distrito de Maringué, no centro do Moçambique..Segundo a família, os raptores usaram os cartões de débito e crédito para levantarem "4.000 euros", não conseguindo mais porque as contas foram bloqueadas logo que foi constatado o desaparecimento..Nunca mais se soube o paradeiro de Américo Sebastião desde o rapto, perpetrado por homens fardados, que algemaram o empresário e o colocaram dentro de uma das duas viaturas descaracterizadas com que deixaram o posto de abastecimento de combustíveis.