Mitsubishi Colt: Ser ou não ser (o outro), eis a questão 

"Irmão gémeo" do Renault Clio, o novo Mitsubishi Colt regressa a Portugal com ambições renovadas e com um preço que começa nos 18.490 euros. O objetivo é agitar as águas do competitivo segmento B do mercado.
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Quando falamos no novo Mitsubishi Colt, pensamos no Renault Clio. Não há volta a dar. Ambos partilham a mesma plataforma CMF-B da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e não escondem o mesmo ADN nas linhas. A associação é óbvia, obrigatória - e até assumida, assumamos.

Numa altura em que a Mitsubishi ensaia um reposicionamento no mercado europeu e no segmento B, importa apurar quanto do modelo que chegou a Portugal, pela primeira vez, nos idos de 80, é identidade própria, sobretudo, depois de um "desaparecimento" prolongado do modelo. Recorde-se que o Colt vendeu mais de 1,2 milhões de modelos ao longo de seis gerações - e que 25 mil dessas unidades tiveram o nosso país como destino.

"Eu não sou eu, nem sou o outro, sou qualquer coisa de intermédio, pilar do tédio, que vai de mim para o outro", escreveu um dia Mário de Sá Carneiro. Será o caso do Colt? Haverá algo de intermédio? Para já, Francisco Geraldes, diretor-geral da Mitsubishi Motors Portugal, exala confiança no modelo, como fez questão de demonstrar durante a apresentação nacional realizada, recentemente, na Ericeira, onde chegou a apostar um almoço com um jornalista em como a marca conseguirá vender 4.000 unidades Colt até ao final de 2024. Esperar para ver.

"Este lançamento é mais uma relevante etapa num ano chave para a marca, que começou com a introdução do ASX, materializando um processo gradual de expansão da gama com presença nos segmentos de maior volume. Em Portugal, este aumento do portefólio da Mitsubishi está já a dar os seus frutos, com um acréscimo no volume de vendas superior a 32% entre janeiro e final de outubro face ao mesmo período do ano passado", sublinha.

Mas centremo-nos no que vale o novo Mitsubishi Colt, que chega ao mercado nacional com três níveis de equipamento - Kyoto, Invite e Launch Edition - e duas motorizações, ambas do pequeno motor de 1,0 litros (três cilindros a gasolina) e com potências até 90 cv.

Mas vamos por partes e comecemos pelo estilo. Apesar das (muitas) semelhanças e da partilha de materiais e componentes, existem algumas diferenças na leitura da linguagem de design Dynamic Shield da Mitsubishi Motors. Destaque para o emblemático logótipo dos três diamantes da Mitsubishi e para o design das suas luzes de circulação diurna em LED, que lhe confere uma assinatura luminosa singular. Na traseira, o logótipo Colt e o lettering Mitsubishi vincam a sua personalidade.

O habitáculo procura "casar" com o exterior. Como? Com uma escolha de materiais que a marca classifica como "sofisticados", embora este adjetivo não possa ser aplicado a todos os pormenores interiores. O foco na conectividade, sim, prometido e cumprido. Destaque para os sistemas Apple CarPlay e Android AutoTM e de um ecrã tátil de 7" com orientação horizontal e uma abordagem intuitiva à conectividade e funcionalidade no automóvel, mesmo ao lado do painel de instrumentos digital com a mesma dimensão, onde é possível aceder a vários dados, configuráveis de acordo com os gostos do condutor.

Entre o equipamento, sublinhe-se ainda presença, de série, a conectividade Apple CarPlay e Android AutoTM, acessíveis através de controlo por voz com interface Siri da Apple ou o Google AssistantTM. Os dispositivos móveis podem ser carregados através das portas USB ou da área de carregamento por indução. A lista de equipamento começa com a versão Kyoto - que traz, entre outros elementos, faróis dianteiros Full LED, espelhos com rebatimento elétrico, ar condicionado automático, volante forrado a couro, câmara traseira com sensores de estacionamento, acesso sem chave e Cruise Control.

A versão Invite acrescenta ao "pacote" as jantes de liga leve de 16" e vidros traseiros escurecidos. Já a variante Launch Edition integra elementos como a jantes de liga leve de 17", bancos forrados a tecido e couro sintético, moldura de vidros cromada, antena tipo "barbatana de tubarão" e defletor de ar traseiro em preto. O novo Colt integra ainda uma ampla gama de Sistemas Avançados de Assistência à Condução (ADAS) que contribuem para uma maior segurança ativa e tranquilidade na condução, apoiados por 12 sensores ultrassónicos e quatro câmaras.

A bagageira conta com um espaço surpreendente: 391 litros na configuração de cinco lugares, podendo ser aumentada até aos 1069 litros com o banco traseiro rebatido. Números interessantes no segmento B.

Para esta nova ofensiva Colt, a Mitsubishi "sacou" de um motor poupado e esforçado. Com o equipamento Kyoto, surge o pequeno 1.0 litros a gasolina e injeção multiponto de três cilindros, associado a uma caixa manual de cinco velocidades com 65 cv de potência e 95 Nm de binário. As emissões anunciadas são de 118 g/km e os consumos em ciclo combinado de 5,2 litros/100 km (WLTP).

Com as variantes Invite e Launch Edition, está disponível a unidade MPI-T turbo de três cilindros e 1,0 litros, desenvolvida para quem exige um "pouquinho" mais de energia na estrada. Para estes, o motor debita 90 cv e 160 Nm, surgindo associado a uma caixa manual de seis velocidades. O consumo combinado é o mesmo: 5,2 litros/100 km e as emissões em 117 g/km (WLTP).

Perante uma estratégia tão "ofensiva" e confiante, a política de preços para o mercado nacional não podia destoar. Começam nos 18.490 euros da versão Kyoto e 22.600 euros da Launch Edition, variante que celebra o lançamento modelo e se encontra limitada a 50 unidades. Segundo a marca, estão previstas condições especiais para pronto pagamento ou financiamento bancário.

Refira-se ainda que o Mitsubishi Colt conta com uma garantia de fábrica de cinco anos/100 000 km, de anticorrosão de 12 anos e cinco anos de assistência em viagem (Pacote de Assistência da Mitsubishi Motors).

jorge.flores@ext.globalmediagroup.pt

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