Mitsubishi admite manipulação de testes de emissões poluentes

Mais de 600 mil veículos foram manipulados, admite a marca, alguns fabricados pela Nissan
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O fabricantes japonês de automóveis Mitsubishi Motors admitiu hoje ter manipulado testes de emissões poluentes em, pelo menos, 625.000 veículos, alguns dos quais construídos para a nipónica Nissan.

O anúncio surge numa altura em que a indústria automóvel tem sido sujeita a fiscalizações mais apertadas, depois de a alemã Volkswagen se ver envolvida num escândalo relacionado com fraudes nos testes de emissões.

A Mitsubishi Motors caiu hoje mais de 15% na bolsa de Tóquio após anunciar uma conferência de imprensa para explicar as "irregularidades" nos controlos de emissões poluentes, a maior queda desde julho de 2004.

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"Pedimos as maiores desculpas a todos os nosso clientes e outras partes afetadas", declarou o presidente do grupo japonês, Tetsuto Aikawa, numa conferência de imprensa no Ministério dos Transportes.

"O nosso cliente Nissan descobriu diferenças entre os valores fornecidos e aqueles encontrados e pediu-nos para rever os valores", disse a Mitsubishi num comunicado, acrescentando que decidiu parar a produção e as vendas dos modelos em questão, tal como a Nissan.

A Mitsubishi Motors, conhecida pelos seus modelos Outlander 4x4 e Pajero, fabrica cerca de um milhão de veículos por ano.

Para o ano fiscal que terminou em março de 2016, a empresa estima atingir um volume de negócios de 2,260 mil milhões de ienes (15,8 mil milhões de euros). Os resultados serão publicados a 27 de abril.

O caso lembra o escândalo que abalou a Volkswagen nos últimos meses, depois de o fabricante alemão admitir ter instalado em 11 milhões de carros um 'software' capaz de falsificar os valores das emissões poluentes dos motores a diesel.

A Volkswagen arrisca-se agora a pagar milhões de euros em indemnizações e multas.

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