Mísseis desaparecidos podem ir parar a mãos terroristas
De acordo com o The Independent, a guerra civil entre rebeldes, apoiados pela comunidade internacional, e as tropas de Muammar Kadhafi deixou sem protecção muito armamento que tinha sido adquirido pelo antigo regime líbio. Nos últimos dias, centenas de mísseis foram roubados de um dos principais armazéns de armamento, na sede da 32ª brigada do Exército, em Tripoli, capital líbia. Nos seus bombardeamentos, a NATO destruiu 600 mísseis, mas o regime de Kadhafi mudou muitos outros de localização para os salvar dos bombardeamentos da Aliança Atlântica.
Entre essas centenas de mísseis encontram-se 480 SA-24s, de fabrico russo, desenhados para serem usados contra aviões de guerra modernos, que os EUA têm tentado impedir que sejam adquiridos pelo Irão. Foram também roubados mísseis SA-7s e SA-9s; a rede terrorista Al-Qaeda tem tentado comprar no mercado negro exemplares destas armas capazes de derrubar aviões comerciais.
O desaparecimento dos mísseis já causou alarme nas agências de segurança dos EUA e da Europa. "O problema é muito grave. Há cerca de 20 mil mísseis terra-ar na Líbia e uma grande quantidade está desaparecida. As agências ocidentais estão obviamente muito preocupadas. Isto pode transformar todo o Norte de África numa zona de exclusão aérea", afirmou ao jornal britânico o director de emergências da organização não governamental Human Rights Watch.
Os mísseis terra-ar SA-24 são capazes de atacar aviões de caça e bombardeiros, helicópteros de guerra como os Apache e até mísseis de cruzeiro. Podem alcançar 3350 metros de altitude e Washington tem pressionado a Rússia a não vender exemplares ao Irão e ao Presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Já os SA-7s e SA-9s representam um enorme risco para a aviação civil - e milhares de pessoas que viajam diariamente em avião - e para as aeronaves militares não tripuladas cada vez mais usados pelos EUA.