"É óbvio que estes sinais são negativos. São sinais de quem quer estar do lado errado da história, mas tenho a certeza que a história se sobreporá a estes sinais", disse João Matos Fernandes na segunda-feira à noite, durante um jantar debate sobre as implicações do Acordo de Paris e as Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas, promovido pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro..O ministro do Ambiente referiu-se à decisão do presidente Donald Trump com uma "preocupação relativa", adiantando que "já não há regresso a uma Economia baseada no carvão".."Estamos a falar de um país que é muito maior do que a sua administração", disse, sublinhando os esforços que têm vindo a ser desenvolvidos pela comunidade científica e pelas empresas norte-americanas no cumprimento das metas ambientais..Referindo-se ao Acordo de Paris como "um marco fundamental na definição do futuro", o ministro do Ambiente realçou que é preciso apostar na "economia circular", defendendo que "é necessário deixar de ser consumidores para passar a ser utilizadores".."Temos que apostar em construir bens que mantenham o seu valor económico por um período de tempo muito mais alargado. Não podemos continuar a acreditar que os recursos materiais existem para fabricar tudo aquilo que precisamos e precisaremos, sobretudo num mundo onde a classe média é cada vez maior e a população aumenta expressivamente", explicou..Quanto aos desafios no domínio da produção da energia, Matos Fernandes considerou que são "muito exigentes", mas mostrou-se otimista que Portugal conseguirá "sem sobressaltos" chegar aos 80% da energia elétrica produzida através de fontes renováveis em 2030.."Posso jurar o nosso total empenho em que isso aconteça. Não posso jurar que o vamos conseguir, mas acredito firmemente que sim, sobretudo agora com o advento da produção solar", disse.