Ministro de Israel defende decapitação de árabes israelitas desleais

Lieberman advogou "cortar as cabeças" aos árabes que não sejam leais para Israel. A declaração do ministro provocou críticas por parte de ex-diplomatas israelitas e de cidadãos árabes israelitas.
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"Quem está connosco deve ter tudo. Mas quem está contra nós, não há nada a fazer. Temos de levantar um machado e cortar-lhe a cabeça, ou não conseguiremos viver aqui", disse Avigdor Lieberman ao falar, no domingo, numa sessão de propaganda eleitoral perto de Telavive.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel e líder do partido Yisrael Beiteinu (direita) explicou que os cidadãos de Israel "que levantam uma bandeira preta no Dia da Nakba estão deslocados, no que me diz respeito, e estou desejoso de os doar ao chefe da Autoridade Palestiniana Mahmud Abbas. Será um prazer".

O Dia da Nakba (Tragédia) corresponde, para os palestinianos e árabes israelitas, ao dia da criação do Estado de Israel.

Uma estudante árabe que estava na audiência manifestou o seu desconforto face às declarações de Lieberman a quem acusou de estar a afirmar que ela não pertence a Israel. "É uma cidadã de Israel e não há qualquer problema com isso. Espero que cada cidadão árabe, cristão ou judeu seja leal ao nosso estado, sem qualquer ligação com a religião, e faça o serviço militar", retorquiu o ministro.

As afirmações de Lieberman, que emigrou da Rússia para Israel, não desagradou apenas à estudante árabe. Daniel Shek, ex-embaixador em França, e Alon Liel, ex-embaixador na África do Sul e diretor-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros também não gostaram. "O diplomata número um de Israel está a agitar um machado sobre as cabeças de cidadãos do país que ele representa, e, ao mesmo tempo, prega a todo o mundo sobre a luta contra o anti-semitismo", consideraram os diplomatas.

Por seu turno, Ahmed Tibi, do partido árabe Ta'al considerou que Lieberman é o "Estado Islâmico judaico".

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