"Decisão da médica em conjunto com a paciente: de 0 a 10 melhorou 8", dizia Onyx Lorenzoni, ministro com a pasta da Cidadania no governo de Jair Bolsonaro, na legenda a acompanhar um vídeo publicado no Twitter onde uma portadora de covid-19 era tratada por nebulização de hidroxicloroquina num hospital de Manaus. A rede social apagou ontem o vídeo porque a paciente morreu 18 dias antes da publicação na sequência do tratamento..Jucicleia Lira, 33 anos, um dia após um parto de emergência do único filho, foi gravada pela médica Michelle Chechter e o marido desta, o também médico Maximiliano Dutra, a receber o tratamento experimental "nebuhcq líquido", desenvolvido pelo médico ucraniano radicado nos Estados Unidos dr. Zelenko..Segundo declarações do viúvo, Kleison Silva, ao jornal Folha de S. Paulo, depois do tratamento o estado de saúde da mulher não parou de piorar até à morte no dia 2 de março..O infecciologista Francisco Ivanildo de Oliveira, gerente médico do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo, disse ao jornal que não há consentimento para a prática. "Nunca vi isso. Não sabemos quantos pacientes foram utilizados, não há termo de consentimento nem comité ético. É até mau gosto chamar de estudo. Trata-se de uma experiência mengeliana", afirmou, em referência ao nazi Josef Mengele, que realizou experiências letais no campo de concentração de Auschwitz.