Os hospitais estão a gastar mais dinheiro em prestações de serviço. Surpreende-o?.Os dados deviam estar divididos em componentes para se saber quantas são as horas médicas contratadas a empresas. Não é de admirar que o custo aumente porque os médicos do Serviço Nacional de Saúde estão exaustos e a receber muito menos do que o Estado paga aos de fora e recusam fazer mais horas extra além das essenciais. O Estado tem mais despesa e menos qualidade com as prestações de serviço do que se fizesse a reposição do pagamento das horas aos médicos do SNS, que seria uma forma de atrair clínicos para se fixarem no SNS. É inaceitável e inexplicável que se mantenha esta situação da contratação de empresas. O ministro sabe as consequências que esta medida tem..Enquanto nada mudar, esta é uma situação que se irá agravar?.Haverá agora uma discussão para o Orçamento de Estado do próximo ano e espera-se que as horas extraordinárias venham a ser pagas a 100%. Caso contrário, a resposta dos médicos pode ser dura. Quem sofre as consequências desta política são os internos da especialidade que são obrigados a trabalhar de forma desumana para colmatar as falhas que existem no SNS. Recebem um quarto do que os médicos contratados por empresas recebem..O balanço da Administração Central do Sistema de Saúde mostra que os hospitais estão quase todos com as contas no vermelho..Não é de espantar. Tem a ver com o subfinanciamento, que se agravou este ano. Houve um desvio de investimento para os cuidados de saúde primários - e bem -, mas com prejuízo para os hospitais que já estavam mal e agora ficaram piores. Não há hipótese de haver uma boa resposta de acordo com os direitos dos cidadãos enquanto o investimento for inferior à media da OCDE. Não se fazem omeletes sem ovos e sem pessoas.